(Como sempre, clique nas imagens para ve-las ampliadas.)
Como a lamina nao era especifica para desdobro e o operador ainda nao muito manso na lide, as taboinhas nao surprendentemente sairam com nitidas marcas de serra, como se pode ver ahi `a esquerda (embora comparando as superficies serradas tambem se possa ver um certo progresso na tecnica, hehe).
De todo modo as taboinhas foram encaminhadas ao desengrosso e, apos algumas passadas sempre rasas para evitar arrepios chegou-se ao resultado `a direita. Devo confessar a espessura final ficou um tiquinho menor do que era a minha intencao inicial mas mesmo assim, como se vera, foi possivel um resultado final aceitavel, eu acho.
Depois das faces aplainadas, as taboinhas foram devidamente dimensionadas e marcadas para cortar-se os encaixes. Inicialmente pensei em fazer ensambladuras do tipo caixa, mas acabei optando por cortar na mao caudas-de-andorinha porque afinal esse e' um encaixe onde nunca se esta suficientemente treinado.
Na imagem `a direita, os lados com os encaixes cortados e em montagem seca sobre minha bancada de dois parafusos.
Feita a seguir a colagem dos lados com auxilio de grampos, tornei a utilizar a serra de fita para cortar um outro pedaco do resto de prancha de louro gaucho, este contendo nos, manchas e rachaduras, e — desdobrando entao pela primeira vez uma prancha de mais de 16cm na serra de fita, sucesso, sucesso! — cortei as taboinhas que seriam tampo e fundo da caixa.
Passadas as pecas no desengrosso e seca a colagem dos lados, tampo e fundo foram colados diretamente sobre e sob os lados, direto, sem qualquer encaixe. Como a superficie de colagem era muito pequena e a relacao dos veios bem desfavoravel, evidente que uma simples colagem nao resistiria muito. A solucao que adotei foi mais uma vez empregar palitos de dente como cavilhas.
Seca a colagem e a massa de cola com po de lixa utilizada para disfarcar as rachaduras, os excessos do fundo, do tampo e dos malhetes dos lados foram serrados e lixados com lixadeira de cinta e entao toda a caixa foi lixada e os bordos arredondados com a lixadeira roto-orbital com grana 60, seguindo-se lixamento de acabamento com a lixadeira orbital ate grana 220.
Nesse ponto, aplicacao de cupinicida e chegou-se nisso:
Seco o veneno, a caixa foi para a serra circular de bancada para separar a tampa. Feito isso, coloquei dobradicas e um puxador de gaveta velho como alca e parti para o acabamento.
Por fora, uma demao de oleo de tungue e, apos seco, umas 8-10 demaos finas de goma-laca e entao cera; por dentro, veneno e, quando seco, cera.
Faltando ainda colocar uns fechos que me faltaram, gracas mais do que qualquer coisa `a beleza do louro gaucho achei a caixa acabada ficou parecendo uma daquelas caixa de joias...
Pois entao? Para que serve uma caixa de joias se nao para guardar joias, nao e' mesmo?
Assim, muito apropriadamente coloquei uma joia no seu interior.
Como se ve ahi na imagem abaixo:
Ao meu ver diria que a máquina passou no teste e parabéns pelo trabalho, bem útil e mais um trabalho bem executado.
ResponderExcluirA serra nao desapontou, mas foi a madeira 'ruim', da ponta da prancha, que rendeu o visual chamativo.
ExcluirGrato pelo comentario, tche.
Olá Paulo,
ResponderExcluirgostei. Tenho uma vontade imensa em construir essas caixas, principalmente em madeira segmentada ou incrustando peças de madeiras desenhadas sobre um substrato em baixo relevo, onde o produto final se encaixa no segmento que me agrada; Ou seja: Marchetaria.
Belíssimo acabamento.
Osvaldo Ururahy
Fico feliz tenha gostado, Osvaldo.
ExcluirMarchetaria certamente adiciona consideravel plus no apelo visual de uma caixa. Alias, nao apenas em caixas, mas onde quer seja empregada, nao e' mesmo? No entanto nao e' para mim: exige muita, muita paciencia, e esse e' um predicado de que sou lamentavelmente desprovido, hehe.
Caro Paulo,
ResponderExcluirParece que esta se adaptando bem a nova serra. Andei vendo que tem alguns jigs mto interessantes para desdobramento de madeiras na serra de fita (Bandsaw sled) que parecei facilitar este tipo serviço.
Acabei de me registrar no forum xilofilos, pois tenho varias perguntas mas para não correr o risco de soar como um disco riscado, eu vou dar uma pesquisada boa primeiramente por la.
Obrigado pelo post e parabens pelo trabalho.
Um abraço
Alguem, coberto de razao, ja disse que a unica pergunta idiota e' a que nao foi feita, Joao.
ExcluirGrato pelo estimulante comentario, e sera um prazer encontra-lo la pelo forum.
O que acontece com suas fotos, elas ficam muito amareladas, dando um aspecto muito artifical na madeira. Se você aplica algum filtro nelas da uma repensada.
ResponderExcluirVeja, Juvenal, meus monitores sao calibrados mensalmente com hardware da X-Rite e as cores das minhas cameras sao igualmente calibradas com perfil construido com software Adobe utilizando padrao X-Rite. Para os meus olhos, as imagens no monitor reproduzem as cores como eu as enxergo — exceto em alguma eventual manipulacao para salientar algum aspecto, como e' o caso inclusive aqui nesta postagem daquela imagem mostrando, algo exageradamente, as marcas de serra nas taboinhas.
ExcluirDe qualquer modo o tema aqui e' marcenaria, nao fotografia, e acho que as cores, certas ou erradas, nao atrapalham o que procuro mostrar com as imagens.
Muito grato pelo comentario.
Mais um trabalho legal, bem explicadinho e principalmente motivador. Falta pouco ... hehe
ResponderExcluir[] do Jedi
Gracias, Jedi.
ExcluirMandou bem. Melhor do que desengrossar com dozuki como eu tentei. kkkk
ResponderExcluirAbraços,
Fabiano
Dozukis sao serras para cortes delicados, como malhetes, Fabiano. A grande vantagem dos serrotes japoneses — a lamina fininha — para desdobrar e' desvantagem. Eu ja fiz alguns desdobros com serra manual como aprendizado, mas definitivamente a serra fita sob qualquer angulo e' muito mais vantajosa.
ResponderExcluirGrato pelo comentario.