domingo, 28 de abril de 2013

Ja que encontrei pinho — VI









Enrijecer a estrutura do armario para evitar maiores riscos saisse do prumo com pesos irregulares em seu interior acabou sendo bem mais simples do que eu antecipava: Foi suficiente colocar aquela prancha de pinho que se ve no fundo do espaco aberto entre os dois 'cubos'. Dimensionada absolutamente sem folga — entrou a marteladas, nao precisou ser colada, hehe — foi o que bastou para a estrutura adquir a necessaria rigidez.


Com isso, foram parafusados os rodizios na base, as portas foram colocadas com dobradicas e foram posicionados imas de terras raras para os fechos.





Apos a sempre irritante funcao das lixas, ate G220, o movel foi como usual envenenado com cupinicida, escuro no interior do movel, incolor nas demais superficies.


Seco o veneno, foram aplicadas duas generosas maos de oleo de tungue, com intervalos de um dia entre elas. Seguiram-se varias demaos de goma-laca, aplicadas com boneca bem ensopada e entao duas demaos de cera.

Faltando ainda o polimento final (que nao vai modificar a aparencia do movel tanto quanto se possa perceber em fotos, mas que certamente alterara a sensacao tactil em toca-lo), o movel de pinho acabou assim:





segunda-feira, 22 de abril de 2013

Ja que encontrei pinho — V

Devagar, bem devagar como se recomenda a uma construcao onde tudo e' aprendizado, o armario vai progredindo...

Com a carcaca montada, fiz as colagens das portas:


Seca a cola, as portas foram entao devidamente dimensionadas:


So que nesse ponto o processo construtivo empacou.

Porque, com a movimentacao da carcaca incluindo a colocacao em pe, ficou claro as portas terao necessariamente de participar na estrutura do movel ou quando o movel for 'carregado' com pesos desequilibrados no seu interior havera a possibilidade, como ocorreu com o movel atualmente em uso, de perder-se o prumo.


-- oOo --





Numa colateral, digamos assim, vale mencionar: Alem do sempre instrutivo processo de ter de ir maquinando possiveis solucoes aplicaveis aos problemas que vao surgindo, a construcao do movel com pinho tem proporcionado outras fontes de aprendizado, incluindo desempenamento com plainas manuais de paineis mais largos do que a mesa da desempenadeira eletrica.

Cansativo, sem duvida, mas um bom exercicio, hehe. E — pelo menos e' o que se espera — capaz de em tempo proporcionar resultados compensadores...


segunda-feira, 15 de abril de 2013

Ja que encontrei pinho — IV

Bolar a estrategia e desenvolver os detalhes das taticas consumiu um tempinho, mas a montagem correu sem percalcos. Parece bobagem, mas o tempo de colar e' limitado, e e' preciso um fluxo de trabalho que permita fazer as coisas sem lutar com pesos e que ofereca alguma margem para fazer tudo sem correrias — eu afinal nao estou em idade de consumir adrenalina em sobressaltos, nem de esperdicar energia em esforcos demasiados, hehehe...

Nada demais, na verdade, embora a maior parte da 'acao' eu nao tenha podido fotografar, por motivos obvios. Iniciei por colar o tampo bem de baixo nas laterais; esperar uma meia hora para a cola dar pega e entao colar o tampo bem de cima cuidando e corrigindo quando necessario para tudo ficar em esquadro. Deixar secar e entao colocar o tampo inteirico do fundo —quando chegamos ao que se ve nessa imagem ahi `a esquerda.



Seca, esquadrejada e relativamente rigida a estrutura basica da carcaca, o proximo passo foi recortar os tampos dos compartimentos superior e inferior para adaptarem-se devidamente aos seus devidos lugares, um processo algo trabalhoso. Eventualmente obtive sucesso e alcancei essa montagem seca ahi abaixo.






Ahi entao partir para a colagem dos tampos e, quando a cola deu pega, remover os grampos e reforcar tudo com uns parafusos nos pontos mais criticos e varios pinos F no resto das linhas de juncao. (Porque Seguro morreu de velho abracado com a Dª. Prudencia, mas Desconfiado ainda esta vivo...)



Com a estrutura da carcaca do movel praticamente completa, fiz entao os ajustes, emparelhamentos, recortes e arredondamentos devidos, com o armario ja comecando a tomar jeito de armario...



E, com a ajuda do computador, coloquei o movel de pe, so para tirar uma temperatura de como vai ficar...

 E nisso estamos...

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Ja que encontrei pinho — III

Devagar e tropecando, como esperado no desenvolvimento de um artefato apenas a partir de uma ideia, sem qualquer projeto previo, o movel utilizando pinho vai progredindo...



Utilizando plainas manuais e lixadeiras os paineis de compensado receberam um rebaixo 'em rampa' para remover o degrau no encaixe com as 'molduras'. (O resultado ficou algo estranho, eu achei; vamos ver como ficara a aparencia quando montar-se o movel.) A seguir as molduras foram coladas com os paineis encaixados sem cola. E foi tudo para os grampos.

O passo seguinte foi acoplar os paineis, maior com menor, para formar as laterais do futuro movel, o que foi feito utilizando ripas de pinho fixadas com cola e parafusos.



Nos pontos de colagens das 'molduras' na parte onde foi aplicada a ripa de acoplamento, por ser um ponto de stress aumentado resovi aplicar antes da colocacao das ripas um reforco utilizando 'pocket screws', cujos furos foram devidamente preenchidos com tampoes.




Entao, utilizando a serra de mesa com um jig de esquadrejar paineis e lamina para compensado, cortei os quatro paineis para as porcoes horizontais — tampo e base nos modulos superior e inferior — e a traseira, interica, do movel. Essas pecas entao foram para a tupia de mesa onde cortei os rebaixos para encaixa-las em posicao. Igualmente foram cortadas quatro ripinhas para apoio das prateleiras que foram fixadas na devida altura, com cola e parafusos, na parte interna das laterais.



E assim estamos.

Com todas as pecas da carcaca do movel cortadas, o proximo passo evidentemente e' a montagem. So que isso tem la seus problemas, serios o bastante para justificar algumas sessoes de aconselhamento com o melhor dos conselheiros. O travesseiro, claro...


sábado, 6 de abril de 2013

Ja que encontrei pinho — II

Com a bondosa cooperacao do amavel Pedro (nao custa nada puxar o saco do velho, hehe), parti para a confeccao de uns paineis de compensado.





Tirei as medidas pelas montagens secas das molduras de pinho ja cortadas e, utilizando compensado naval de 10 mm, com o auxilio do treno de cortar paineis fiz na circular de mesa os cortes para dois paineis menores e dois maiores que eventualmente deverao se tornar as laterais do movel. (Quanto `a madeira do compensado, nao tive escolha: a unica disponivel era virolinha, que nao aprecio muito por muito fragil (fica com marcas com muita facilidade) e muito clara (suja so de olhar), mas enfim, se nao tem tu, vai tu mesmo...)

Cortados os paineis, necessario fazer um rebaixo nas bordas de forma a poderem se encaixar adequadamente nos rasgos das 'molduras'. Como eram poucos paineis e ando querendo treinar regulagem e uso da minha plaina de rebaixos, atendi os apelos do meu amigo Lauro e fui utilizar o brinquedo novo...







Evidentemente os rebaixos poderiam ter sido feitos com a tupia, de mao ou de mesa (ou com um kit de serra dado, se eu tivesse um), e provavelmente com igual facilidade e no mesmo tempo. Mas, alem da vantagem de ir aprendendo o manejo da nova ferramenta, usar a plaina manual demanda ainda um consideravelmente maior gasto calorico, o que por certo ajuda a melhor a forma fisica, e talvez ajude ate mesmo eu consiga afinal evoluir de obeso para simplesmente gordo, hehehe...

Mas entao, feitos os rebaixos, parti para montagem seca das pecas...




Lembrando que como sempre clicar nas fotos abre imagens com maxima resolucao, imagino se possa reparar, especialmente na imagem abaixo, ficou uma pequena fresta entre a 'moldura' e a face do painel. Nao, nao se trata de erro na regulagem da plaina para a largura do rebaixo. A intencao e' que os paineis receberao um outro rebaixo, a ser feito provavelmente com a lixadeira rotoorbital, formando uma rampa suave, nisso revelando o padrao 'zebrado' das camadas do compensado.

Se isso resultara em maior beleza ou em uma catastrofe visual?...

Veremos.


quinta-feira, 4 de abril de 2013

Ja que encontrei pinho

Um achado inesperado na madeireira, uma partida de taboas de pinho (araucaria) que estavam ha mais ou menos uma decada guardadas em um galpao, me provocou iniciar um novo projeto — um armario para a cozinha. Sem nenhuma pressa, vai ser desenvolvido na medida que for sendo montado; nao ha um plano definido a seguir, nem medidas exatas.






Trouxe uma taboa em bruto (25x300x5400mm) para testar a estabilidade do pinho, e iniciei por aparelhar e dimensionar nas plainas e na serra umas pecas para montar paineis com compensado.


A seguir, cortar na tupia de mesa rasgos e linguetas...

Apos o setup da tupia e  ter feito a primeira serie de cortes, ao desligar a tupia reparei o botao da chave liga/desliga estava quente. Muito quente! Imaginei que, apos alguns anos, eu havia perdido uma aposta comigo mesmo.

A velha chave em cima e o disjuntor
instalado, em baixo

(Explico: Quando montei minha bancada para tupia invertida eu coloquei uma chave liga/desliga para 20 amperes. Amplamente suficiente para a maquina de 2 CV que utilizava. Mas depois consegui uma outra tupia, a que esta atualmente instalada, essa de 3¼ CV, e essa potencia implica, claro, a maquina de 120 V iria puxar um pouco mais de 20 A. Nao encontrando aqui pelas cercanias uma chave que suportasse mais amperagem, e dado que o uso da maquina nao e' intensivo nem prolongado, resolvi aceitar a sugestao da Da. Preguica e apostar a chave aguentaria o pequeno excesso.)


Removendo e abrindo a chave, constatei realmente havia acabado mesmo por perder a aposta: um dos bornes do interruptor e o fio atarrachado nele estavam totalmente oxidados e ali o laminado do circuito mostrava nitido escurecimento.


Um recorrido nas ferragens da redondeza confirmou a inexistencia por aqui de oferta de chaves para mais de 20 A. Dai, a solucao que adotei foi utilizar um disjuntor de 32 A.

Obviamente o processo todo de remover e desmontar a chave velha, procurar uma nova, comprar o disjuntor, instalar na bancada e testar, isso tudo consumiu um bom tempo.



O que acabou atrasando, evidente, o corte das pecas. Mas de qualquer maneira, como mencionei, nao tenho nenhuma pressa e o fato e' que se nao sobrou tempo para cortar os paineis de compensado, ainda assim consegui terminar todos os cortes nas, mm, molduras...



Agora, e' contar que Pedro nao atrapalhe muito (na real nao posso me queixar: o velho implicante tem andado comportadissimo ultimamente, hehe) e ir tocando em frente, devargazito, e ver em que isso vai dar...