quinta-feira, 14 de março de 2013

Copiando, outra vez, o mestre — 2) Montando os paineis

Com a umidade um pouco mais baixa, iniciei a aparelhagem das ripas passando-as pelas plainas, desempeno e desengrosso. E ja surgiu um problema...
  • Muito ja se salientou, mais se aprende pelos erros do que pelos acertos — entao pretendo sempre que cabivel apontar meus erros mais salientes no projeto (apontar todos seria nao apenas imensamente tedioso, como interminavel!).
O problema foi eu havia calculado que acabaria obtendo ao redor de 18mm de espessura nas ripas depois de aparelhadas, mas com minha tecnica de desdobre deixando muuito a desejar e causando acunhamentos frequentes, como mencionei na postagem anterior, resultou a media das pranchas ja plainadas ficou ao redor de 16mm, ou seja, perigosamente perto de "fino demais". De todo modo, ate porque a unica maneira de realmente resolver o problema seria comprar mais madeira e recomecar do zero, resolvi tocar em frente para ver como ficaria.

A intencao original era deixar as pranchas ja aparelhadas paradas por uns dias para ver se 'trabalhariam' e corrigir os eventuais empenos antes de partir para a colagem. Mas como esse processo geraria com certeza taboas ainda mais finas, resolvi fazer logo a colagem utilizando biscoitos para garantir alinhamento e contando que a colagem 'desestimularia' a empenagem.

Ahi ao lado entao ve-se a montagem seca dos dois paineis verticais, com os biscoitos ja colocados (reparem as marcas a lapis usadas para posicionar os biscoitos). A seguir entao foi aplicar cola e grampear.




A seguir preparei com a plaina manual, da mesma forma que ja havia feito nos paineis verticais, os lados a ser colados dos tres paineis horizontais (esse conjunto de taboas ahi `a esquerda), alisando e removendo as marcas da desempenadeira, e fazendo uma minima concavidade no centro, na tecnica de spring joint. (Quem nao conhece essa tecnica pode dar uma espiada aqui, onde o Tommy Mac tem um roteiro demonstrativo, infelizmente em ingles.)

Ao final, quando parti para a colagem dos paineis horizontais, achei interessante que pela primeira vez havia mais tiras de plaina na maravalha do que po...


Os paineis 'dormiram' nos grampos e, na manha seguinte os removi e coloquei sobre a bancada para examinar se tinham ou nao se comportado bem, hehe...



A preocupacao era se a madeira havia trabalhado, e quanto. Infelizmente, como se ve nas fotos abaixo, a grande variacao de umidade caracteristica do inicio do outono aqui pelo portinho ajudada pela pressao dos grampos produziu tensoes que lamentavelmente acabaram produzindo deslinhamentos com desniveis de par de milimetros em varias alturas das emendas:

Como mencionei, a espessura dos paineis ja esta mais fina do que eu gostaria. A solucao 'correta' aqui seria naturalmente aplainar os paineis ate os desniveis sumirem, mas isso deixaria os paineis ainda mais finos; com o que decidi aplicar uma, mm, plainagem 'seletiva', localizada apenas nos pontos de desnivel. (Tudo bem, reconheco que e' uma "matacao", algo que Mestre Maloof jamais sequer pensaria, mas a esperanca e' que passe desapercebida — porque o que os olhos nao veem...)





A imagem`a direita mostra como um dos paineis horizontais ficou apos o, mm, ajuste.

As marcas e asperezas foram entao 'emparelhadas' utilizando primeiro a lixadeira roto-orbital com grana 60 e entao lixadeira orbital com grana 120.

Como se ve pelas fotos abaixo, o resultado nao ficou muito desgracado, hehe. (As fotos, a proposito, foram processadas para acentuar artificialmente os detalhes dos veios, por isso o aspecto nao e' muito natural e as cores sao irreiais.)


Agora, e' deixar os paineis descansar por uns dias para ver se ficarao estaveis. E ahi... veremos.


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