quarta-feira, 30 de maio de 2012

Em uso

Finalizado o acabamento — por ora pelo menos, ja que acabamento com cera leva umas boas semanas para 'sentar', como tambem as cores das madeiras levam uns pares de meses para escurecer ate sua tonalidade mais definitiva — a Arte moderna um tanto abstrata foi dada por concluida e posta em uso:




Na verdade essa foto ahi acima foi "montada", no sentido de as coisas adicionadas `a Arte moderna um tanto abstrata foram colocadas ali com a mera intencao de demonstrar qual sera seu uso. Nao fosse o Rmon ter-me socorrido com o nome muito mais sonoro e entusiasmante com que o batizou, eu teria chamado o movel pelo prosaico nome de "porta trecos", ja que a ideia e' utiliza-lo para esvaziar os bolsos na chegada e enche-los na saida de casa, podendo-se inclusive eventualmente emprega-lo como cabide para pecas leves. Razao alias por que em tempo devera ser colocado em uma mesinha no pequeno vestibulo em frente `a porta da casa — mesa que ainda preciso construir, hehehe...

Se nao poderia ter construido algo melhor, talvez mais bonito, ou mais util para aproveitar os retalhos de boa madeira? Possivelmente, sim. Mas alem do prazer de fazer sem planos ou medidas, ver a obra como se autocriando, o aprendizado em construir essa Arte moderna um tanto abstrata foi impagavel. A cada passo, experimentacao, processos que nunca ou muito pouco havia utilizado, solucao de problemas, adequacao de formas e — principalmente, e' claro — correcao de erros.

Se faria de novo? Com certeza! Provavelmente nao sairia algo nem parecido, hehe, mas esse e' um processo onde o que importa sao os meios, nao o fim.


Para finalizar, caso alguem ainda tenha paciencia, duas idiossincrasias (para nao dizer erros crassos) que 'brotaram' no projeto:
  • Posicao invertida nos malhetes em cauda de andorinha, na gaveta. Estava tao concentrado nos jeitos e metodos para fazer os malhetes `a mao e sem medir nada que troquei os fundos pelos lados...  Ficou muito estranho! Mas invisivel, hehehe...





  • Certamente nao invisiveis, produto de um pequeno erro multiplicado por 12,  mas felizmente nao muito perceptiveis, as grandes folgas entre algumas das pecas da base — que acabei optando por preencher com epoxi...




segunda-feira, 28 de maio de 2012

Batizada!

Antes de mais nada, para informar a quem interessar possa o movel que estou construindo e que nao tinha, agora tem nome!

Em momento de feliz inspiracao meu amigo Rmon, vendo a foto do construto no forum Madeira!, disparou e acertou em cheio:

Arte moderna um tanto abstrata

E entao contar que a Arte moderna um tanto abstrata ja foi devidamente modelada e definitivamente montada:



e no momento encontra-se em fase final de acabamentos:





Encerrando, fica a ameaca de a Arte moderna um tanto abstrata voltar hora dessas, aqui nesse batcanal.

Uma ultima vez, quando estiver definitivamente acabada, e entao poderei revelar o bem guardado segredo:
para que, diabos, pode servir isso?

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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Desvendando a forma

(Lembrando que, como sempre, clicar nas imagens permite ve-las com melhor resolucao.)

Como primeiro passo para 'quebrar' um pouco o unissono de retas e angulos da caixa, resolvi usar a tecnica de tornear frente e avesso que recem aprendi para confeccionar duas colunas, nao iguais mas simetricas. Utilizando as mesmas tecnicas descritas na postagem linkada logo ahi acima, aprendendo que com a forca centrifuga a peca pode-se deformar, obtive as tais colunas...



Com as colunas torneadas resolvi, como relatei na postagem anterior a esta, tentar criar como base do sei-la-o-que um objeto complexo, utilizando angulos compostos. Foi demais... Demais para meu separador de orelhas simplesmente obturado para lidar com numeros, e demais para a precisao que minhas ferramentas conseguem oferecer. Fracasso total! No entanto, nao querendo desperdicar mais boa madeira, resolvi utilizar as pecas em uma configuracao mais simples e, para contornar o problema da falta de precisao, utilizar cola epoxi para preencher os espacos. Deu nisso:

O processo de colagem desse troco acabou sendo uma coisa demorada, devido ao longo tempo de cura do epoxi e da necessidade de fazer o processo por etapas. Foram necessarios tres dias. Alem disso, nesses tres dias minha atencao foi quase totalmente afastada deste projeto em funcao de uns inesperados, e agradaveis, contratempos — relatados, se alguem tiver interesse, no Forum Madeira! Mas mesmo assim ainda arranjei um jeito de tornear uma bandeja e mais uma coluna, hehe...



Hoje, com a 'oficina' ja organizada em sua nova, mm, configuracao consegui enfim partir para a devida modelagem das pecas, chegando enfim a uma montagem primaria do sei-la-o-que.











Nao foi possivel fazer uma montagem seca de todas as pecas; foi necessario aparafusar e colar definitivamente as colunas simetricas `a caixa para conseguir obter/marcar as medidas necessarias para as demais modelagens. Esta faltando ainda a modelagem fina das colunas e o — argh! — pre-acabamento com lixas antes de sacramentar-se a montagem final, mas penso resultou um aceitavel equilibrio entre retas, angulos e curvas, e o jeitao da coisa acho que nao muda mais:


Claro, esta faltando tambem construir algumas pecas secundarias para completar o movel.

Que, a proposito, acho que ja sei para que vai servir...

domingo, 20 de maio de 2012

Retardamentos por fracassos...

Para evitar meus sete fieis leitores venham a temer eu tenha por qualquer motivo abandonado ou adiado indefinidamente meu projeto experimental visando aproveitamento de retalhos na construcao de nao-sei-o-que (ou talvez, pelas novas regras ortograficas, naoseioque), posto esse relato... Ou, melhor, essa mensagem tranquilizadora.

As coisas continuam, e ate bem ativas — como pode ser visto nessa tomada geral de como se encontra a minha 'oficina':


Infelizmente, algo novo para mostrar por ora... so o que ha sao ideias fracassadas. Duas, mais especificamente.

 A primeira, uma tentativa de tornear um bloco formado por dezesseis segmentos de itauba, infelizmente revelou-se carga demais para a cacamba do meu torninho xingling. Entao, lamentavelmente, teve de ser relegado ao Deposito Geral de Possiveis Futuros onde ficara fazendo companhia `as aranhas ate quando possa voltar a ser abordado, ou por upgrade do torno, ou por alguma serventia que ora me escapa..

 






A outra, uma tentativa de construir um objeto complexo a partir de blocos cortados com angulos compostos, foi alem da precisao que minhas ferramentas podem fornecer, sem falar o muito que superou minha inexistente capacidade de — argh! — lidar com numeros.

Ja ressabiado de ter tido de desperdicar boa madeira no recanto dos aracnideos, estou tentando aproveitar os blocos em uma outra configuracao menos complexa...





E nesse domingo — onde estou preocupadissimo, desconfiado do velho Pedro que nos vem brindando em pleno final de maio com uma inacreditavel sequencia de dias absolutamente perfeitos e que, portanto, alguma deve estar aprontando — nesse domingo, eu dizia, e nesse blog, nisso ficamos.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Tampando

A maneira "classica" de fechar uma carcaca construida com colunas e paineis e'... com colunas e paineis. Alem de manter o estilo homogeneo, tem a vantagem de nao deixar `a mostra nenhuma superficie com veios de topo, usualmente um problema estetico. Mas, sendo um projeto experimental, com a peca cortada, colada e montada, fiquei matutando de que outra maneira poderia fecha-la...

Depois de bem exercitar o separador de orelhas, consultar o travesseiro, e tudo, e tal — porque nesses processos experimentais e' normal gastar bem mais tempo pensando no que fazer do que propriamente fazendo, hehe — decidi por fazer tampas inteiricas encaixadas imaginando, ao inves de esconder totalmente os veios de topo, tentar tirar proveito estetico do contraste que usualmente representam.



Utilizando para as tampas umas sobras de itauba — outra caracteristica desses projetos experimentais e' que procuro poupar minhas pranchas utilizando ao maximo as sobras, resultando uma mistureba louca de madeiras — marquei a posicao dos cortes utilizando a propria carcaca como molde (na imagem `a esquerda da para ver os riscos da caneta nas pecas), cortei os encaixes fazendo frisos na tupia de mesa e os rebaixos para as colunas com formao.


Antes, para recobrir nas tampas os dois lados com veios de topo, colei neles umas laminas de imbuia. Incidentalmente, reparei por essas coincidencias interessantes a itauba recem cortada (que vai escurecer com o tempo ate ficar quase exatamente da mesma cor da imbuia) apresentou uma cor praticamente identica `a do louro gaucho. Como essas cores vao ficar, especialmente depois do acabamento, e' algo que estou muito curioso em ver.


As tampas encaixadas nao ficaram feias, eu acho, e os finos frisos da carcaca ao redor delas expondo veios de topo imagino nao ficarao mal depois de tudo lixado e acabado. Mas achei a peca ficou muito pesada, muito macica e entao, inclusive para manter o estilo, resolvi cortar as tampas em painel elevado, com o mesmo angulo que tinha utilizado nos paineis da carcaca, ou seja, utilizando a mesma fresa na tupia.

Surgiu ahi um pequeno problema tecnico: como eu queria utilizar da fresa apenas o corte em angulo, seria preciso avancar a guia para evitar a parte plana da fresa. So que, como a fresa tem 3 polegadas de diametro e as tampas sao relativamente curtas (~16cm de lado), ficaria um vao muito grande entre as duas porcoes da guia da mesa, com risco de a peca 'escapar' para dentro desse espaco e ser danificada ou, pior, ocasionar um acidente. A solucao foi fazer uma guia auxiliar em MDF e manda-la para o sacrificio...









Com o uso da guia auxiliar foi perfeitamente possivel fazer os cortes sem qualquer problema, chegando a esse resultado ahi em baixo...


--oOo--

Bueno, a forma da caixa ficou pronta. Como ela vai ser utilizada, para que vai servir, nao tenho ainda ideia clara. De qualquer maneira, como e' toda cheia de angulos, muitas linhas retas, fiquei imaginando... 

Que tal umas curvas?
Como? Onde?

Vamos ver...

segunda-feira, 14 de maio de 2012

E tome experimentar

Como a graca do brinquedo, para o meu gosto, esta no novo e especialmente no inesperado, resolvi aproveitar alguns dos meus restos de boa madeira para fazer... nao sei bem o que. Como andei testando umas tecnicas ultimamente, aprendendo umas artes, hehe, resolvi tentar misturar algumas delas na execucao de um projeto; algo nao precisamente determinado, sem medidas ou proposito estabelecidos, a ir-se criando enquanto se cria, se e' que faco algum sentido...























Iniciei pela construcao de uma carcaca, usando imbuia e louro gaucho. Como recomendavel em praticamente qualquer projeto, mas especialmente fundamental ao construir-se caixas e carcacas, o primeiro passo foi aparelhar as madeiras para seis lados retos.





Por nenhuma razao alem da vontade de variar a tecnica, e tambem porque esta nao e' uma abordagem normalmente empregada nesse tipo de construcao, resolvi fazer as emendas em colunas e paineis.

O processo foi executado na tupia de mesa, com uma fresa reta para abrir os rasgos nas colunas e uma fresa de elevar paineis para criar os encaixes nos paineis.

Uma vez usinadas as pecas, testar uma montagem seca e entao colar a carcaca...











Bueno, agora e' esperar a cola secar bem, retirar dos grampos e... Sei la! Vamos ver...

Qualquer hora dessas. Mas certamente aqui nesse batcanal.


quinta-feira, 10 de maio de 2012

Incendio em Nova Iorque

Um video extremamente longo, pouco mais de uma hora, cheio de papo furado (em ingles, ainda por cima) acabou por me incitar a tentar uma nova tecnica de tornear, o que os Grandes Irmaos chamam de inside out turning ou, em uma traducao livre, tornear frente e avesso...

O video e' este ahi:



Resolvi ainda outra vez utilizar as ripas de eucalipto que sobraram da reforma do telhado para efetuar os testes e, tendo prestado alguma atencao `as instrucoes e sugestoes apontadas por Mr. Colwell aparelhei dois pares de ripas, um de eucalipto rosa, o outro de eucalipto vermelho, para iniciar os testes.

Considerando minha inexperiencia no torno e o possivel risco inerente em tornear pecas nao cilindricas, resolvi por seguranca utilizar na tracao do torno uma "ponta morta" ao inves de uma ponta com esporas ou uma placa de castanhas.

A ponta morta (que eu havia mandado tornear justamente para aumentar a seguranca em meu aprendizado no uso do bedan), dando tracao apenas pelo atrito provocado pela pressao aplicada na contraponta, oferece uma tolerancia bem maior a trancos. E trancos sao certamente algo com que se preocupar ao tornear pecas nao cilindricas...

Ahi, foi questao de colar cada par de ripas aparelhadas com um pouco de cola quente de silicone e, ainda seguindo as orientacoes do video, reforcar a colagem com fita adesiva, marcar os centros exatos em ambas as extremidades da peca, tracar no bordo adequado um desenho bem destacado para orientar os cortes (usei um marcador preto, para maximo contraste) e partir para tornear o 'avesso' do primeiro exemplar.

Como eu ja sabia de minhas experiencias anteriores com eucalipto, essa e' uma madeira que nao se presta a ser torneada: mesmo com ferramentas bem afiadas os veios curtos tendem a ficar arrepiados, prejudicando bastante o acabamento, e os bordos esfacelam com imensa facilidade; por qualquer coisa, lasca, de forma que cortar de topo, nem pensar. Mas acabamento, angulos agudos de corte e detalhes finos nao eram exatamente as minhas preocupacoes no teste... Tentando contornar o evitavel e aceitando o inevitavel, consegui executar o corte do desenho tracado. Nada do que se gabar por certo, mas suficiente para a tirada de temperatura que era o objetivo da coisa.

Isso feito, remover as fitas adesivas, romper a colagem da cola quente, girar os segmentos 180° de tal forma que os cortes que estavam por fora passaram a ficar por dentro da peca, colar e prensar as pecas nessa posicao com cola PVA. E chegamos nisso:

As setas vermelhas apontam os restos de cola quente


Ve-se nas fotos (que como sempre podem ser vistas em maior resolucao sendo clicadas), em primeiro plano os dois segmentos de eucalipto rosa ja torneados e colados com PVA apos os segmentos serem rodados para interiorizar os cortes e, atras, sem ter ainda passado pelo torno, os dois segmentos de eucalipto vermelho colados com cola quente e fitas adesivas. Nessa fase ficou evidente a necessidade de preparar uma linha de cola PERFEITA entre os segmentos, ou a emenda entre eles ficara visivel. E lamentavelmente chamativa.

-- oOo --

Apos deixar a colagem secar bem na prensa, tendo o 'avesso' pronto era hora de tornear o 'direito'...

Mais uma vez tomando meticuloso cuidado na marcacao dos centros, a peca colada voltou ao torno e, utilizando as 'sombras', ou 'fantasmas', dos cortes interiores como referencia fiz a modelagem final da peca.


Obviamente a peca final, mostrada aqui com acabamento com lixas e entao cera, ficou cheia de defeitos, tanto pela natural intolerancia da madeira aos ferros, quanto por minha  pouca tecnica e nenhuma experiencia — mas deu para perceber nao apenas a curva de aprendizado nao sera das mais ingremes, como as promessas do que se pode obter sao realmente chamativas...

A peca vista pelos dois lados, mostrando a grande quantidade de erros,
salientemente a emenda demasiado visivel, e muita, muita lascadura
--oOo--

Ta certo, tudo bom, tudo muito bem, mas... O que isso tem a ver com incendio em Nova Iorque, o bombastico titulo da postagem?

Bueno... E' o nome da peca, do objeto.

Primeiro, confesso, para chamar a atencao, hehe.

Mas o fato e' que, vendo a peca nesses dois angulos ahi de baixo


me veio `a memoria um certo 11 de setembro...

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Eucalipto — acabado

Como o velho Pedro desde ontem `a tarde resolveu, talvez arrependido da implicancia, nos premiar com dias perfeitos, aproveitei para aplicar o acabamento que queria testar no gaveteiro de eucalipto...


Trata-se de Impergel®, uma resina PU incolor que como imagino se possa ver acima muito pouco altera a coloracao natural da madeira, embora igualmente tambem muito pouco acentue os veios ou ofereca aquela sensacao de profundidade tao caracteristica da goma-laca. Seca, a superficie resulta muito lisa, dando um brilho espelhado. Secou ao toque em aproximadamente 10 horas e alegadamente atinge sua cura total em 5 a 7 dias, quando se torna para todos os efeitos rija como azulejo. Tao resistente, o fabricante recomenda seu uso inclusive para pisos e cascos de embarcacoes, em contato direto com a agua.
  • Um detalhe que relato, mas nao assumo responsabilidades: O produto e' bicomponente e a quantidade que preparei foi algo excessiva. O fabricante declara nao se deve utilizar a resina apos 3 horas da mistura, mas como e' um produto caro, e afinal era um teste, eu resolvi guardar a resina ja misturada no congelador, a -18°C. Aparentemente, funcionou: permaneceu liquida e, aplicada a segunda demao 19 horas depois da primeira, secou normalmente. O restinho que sobrou tornei a guardar no congelador e vou testar amanha em um retalho qualquer. Como eu disse, fica a dica. Mas sem qualquer compromisso, hehehe.
Se de fato for isso tudo que se apregoa — e nao tenho qualquer razao para supor nao seja — essa caracteristica de alta resistencia certamente recomenda o uso dessa resina para pecas que ficarao expostas ao elemento ou que, como e' o caso, serao submetidas a, mm, maus tratos, manipulacao pesada. E, penso eu, e' sempre interessante dispor de um acabamento realmente incolor, que nao altere a cor da madeira.

No entanto a superficie muito brilhante, quase vitrea, so me agrada em circunstancias muito especiais, e aqui nao e' o caso. Por isso resolvi testar, e acho que com sucesso, um jeito de reduzir a intensidade do brilho: apliquei cera. Sem polir ficou quase fosco; com polimento deu para graduar o brilho ate um acetinado que me agradou. Na imagem abaixo, tomada justamente durante o teste, a face com o no recebeu cera, enquanto as laterais e as frentes das gavetas ainda nao...


E, nisso, dou o teste por encerrado. Em tempo, se surgirem quaisquer problemas com o gaveteiro ou seu acabamento eu certamente virei aqui relata-los para meus sei..., digo, sete fieis leitores.

Concluindo, a impressao que me ficou e' que eucalipto de carpintaria, sem selecao ou tratamentos ate pode ser utilizado para confeccionar-se moveis, mas implicando um custo em tempo e materiais que, pelo menos por enquanto, me parece supera a vantagem de seu preco mais barato em relacao a outras essencias mais amenas de se lidar.

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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Eucalipto — dando forma

Como em funcao dos inconvenientes tecnicos e esteticos do eucalipto que estava usando decidi abandonar a ideia original do movel que pretendia construir (algo na linha do croquis `a esquerda) e optar por um simples gaveteiro para a oficina, construi as gavetas do modo mais simples que me ocorreu: retalhos colados de topo e reforcados com pinos F, e boa.

Como, por outro lado, decidi ainda aproveitar o gaveteiro para testar uma tecnica de acabamento, resolvi que iria dar uma guaribadinha na forma e por isso decidi colocar uma frente nas gavetas e dar uma boa arredondada nos cantos vivos.



Depois dos ajustes e um bom exercicio com as malditas lixas ficou assim, aguardando o acabamento:
Como imagino se ve, a madeira mesmo crua absolutamente nao e' feia, e embora os veios muito retos nao sejam exatamente chamativos, os padroes originados por nos tem certamente o seu charme.

No preparo final a madeira foi lixada ate grana 220 mas, dado a finalidade do movel, nenhuma atencao maior foi dada a reparo de defeitos. Defeitos que repercutiram sim na estetica do movel e que, praticamente todos, se originaram justamente da ja mencionada terrivel tendencia a esfacelamento de bordos demonstrada por essa variedade, como procurei evidenciar nas imagens abaixo (que como sempre podem ser vistas em maior resolucao com uma clicada):



Obviamente o que esta faltando e' aplicar o tal acabamento, mas o velho Pedro nao poderia perder a oportunidade de implicar e resolveu nos presentear com uma serracao baixa ou neblina umida, como queiram, o que indiscutivelmente inviabiliza qualquer especie de pintura.

Como o velho sabidamente nao da a minima para reclamacoes ou esperneios, nada resta a fazer. So esperar. Esperar a bruma levante...

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