Como ha algum tempo estou sem postar aqui no blog, um amigo mandou email indagando se depois do "trabalhao" de construir a mesa para a sala de jantar eu estaria aproveitando para dar uma relaxada, afastado das lides com madeira, tirando uma folga da marcenaria...
Para comeco de conversa, construir a mesa nao foi trabalhao nenhum. Quando se faz as coisas por querer, nao por obrigacao, no ritmo que melhor nos apraz, o trabalho nao cansa. Pelo contrario, estimula...
Tanto que, embora nao tenha postado detalhes nem aqui nem no forum Madeira! porque em verdade seria apenas repeticao, e de coisas recentes, o fato e' tenho estado bem ativo na 'oficina': se voces lembram, ficou faltando uma cadeira para uma das cabeceiras da mesa, e estou providenciando. Mais precisamente, estou exatamente na fase de construir os bracos...
Se forcas estranhas nao interferirem, imagino ao redor de mais uma semana e a nova cadeira (uma polegada mais larga, que fazer tudo igual nao me faz a cabeca, hehe) devera estar chegando ao seu destino na sala de jantar.
Ate la, perdao, mas acho que vou andar meio silencioso...
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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Xunto incluido, umaveiz!
A mesa estilo Sam Maloof veio afinal para onde foi planejado ficaria, na sala de jantar cercada pelas cadeiras (onde, sim, ainda falta uma cadeira para a cabeceira vazia). Fotograficamente o local nao e' adequado, pois as distancias sao muito curtas obrigando ao uso de lentes grande angulares com suas inevitaveis distorsoes, mas de qualquer maneira da para tirar a temperatura, eu acho:
Por comentarios que o Rmon fez no forum Madeira! achei interessante mostrar, apesar das inevitaveis limitacoes do metodo fotografico, uma ideia da transparencia e profundidade que o acabamento com goma-laca propicia, evidenciando e incrementando as texturas da madeira (lembrando que, como sempre, clicar as imagens abre um link com maior definicao):
Por comentarios que o Rmon fez no forum Madeira! achei interessante mostrar, apesar das inevitaveis limitacoes do metodo fotografico, uma ideia da transparencia e profundidade que o acabamento com goma-laca propicia, evidenciando e incrementando as texturas da madeira (lembrando que, como sempre, clicar as imagens abre um link com maior definicao):
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Quase
Faltando ainda o polimento final e pequenos detalhes de acabamento que provavelmente nem se poderao perceber em uma foto, o tampo da mesa estilo Sam Maloof recebeu, depois do oleo de tungue ter secado, cinco demaos de goma-laca e duas de cera. Ainda nao esta bem seco, esta naquela fase que qualquer toque deixa marca das impressoes digitais, hehe.
Mas ja da para ter uma boa ideia da coisa pronta...
Mas ja da para ter uma boa ideia da coisa pronta...
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Seca!
A mesa foi virada de topo para cima, recebeu os devidos tratamentos com uma sucessao de lixas, tupia na borda, e sofreu o usual envenenamento. So que, ao contrario das demais superficies, ao inves de partir para aplicacao de goma-laca e cera, resolvi no topo aplicar antes duas demaos de oleo de tungue, pensando aprofundar a cor natural e o contraste nos veios das pranchas.
Uma demao ontem, outra hoje a pouco; agora vai ficar secando por dois dias.
Sabado, tudo correndo sem percalcos, partimos para os finalmentes.
Por enquanto, esta assim (Sim, o brilho e a cor mudam mesmo, conforme o angulo de incidencia da luz. Coisas dos cedros...):
Uma demao ontem, outra hoje a pouco; agora vai ficar secando por dois dias.
Sabado, tudo correndo sem percalcos, partimos para os finalmentes.
Por enquanto, esta assim (Sim, o brilho e a cor mudam mesmo, conforme o angulo de incidencia da luz. Coisas dos cedros...):
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Tampando
Levou dois dias para efetuar as colagens das quatro pranchas do tampo da mesa. Nada de mais, no primeiro dia coladas duas a duas, ontem os dois conjuntos em um so, utilizando cola PVA, biscoitos para alinhar e prensagem.
Obtido afinal o painel para o tampo, utilizei uma fina lamina de madeira para tracar curvas e cortar com serra tico-tico o que serao as cabeceiras; parece-me assim o movel fica mais leve, nao apenas pela remocao do material.
A seguir, marquei as metades, na largura e no comprimento, para facilitar o posicionamento do suporte, utilizado como gabarito para posicionar as travessas.
Com o suporte posicionado no tampo, as travessas foram encostadas de cada lado e fixas com tres parafusos cada. O parafuso do meio, furado e posicionado normalmente, com um pouco de cola na travessa para ajudar sua fixacao central. Nas extremidades, os furos para os parafusos foram abertos com um rasgo e a fixacao foi sem cola, para permitir a madeira do tampo possa 'trabalhar' livremente com as variacoes de umidade. Os parafusos foram ocultos com tampas da mesma madeira.
Apos isso, as malditas lixas!
E entao tupia no bordo com uma fresa de arredondamento. Agua para arrepiar as fibras, outra lixada, e entao veneno para cupins.
Com as travessas posicionadas e fixadas, tudo devidamente lixado e protegido contra cupins, o acabamento da porcao inferior do tampo foi feito com 5 demaos de goma-laca e entao uma demao de cera de carnauba.
Isso feito, o suporte foi colocado entre as travessas e fixo a elas com dois parafusos de cada lado, depois tambem ocultos por tampas da mesma madeira.
Amanha, outra demao de cera e polimento, e aguardar a chegada do meu filho para poder virar a mesa e trabalhar no topo do tampo — que o peso da coisa nao se recomenda para velho lidar sozinho, hehehe...
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Obtido afinal o painel para o tampo, utilizei uma fina lamina de madeira para tracar curvas e cortar com serra tico-tico o que serao as cabeceiras; parece-me assim o movel fica mais leve, nao apenas pela remocao do material.
A seguir, marquei as metades, na largura e no comprimento, para facilitar o posicionamento do suporte, utilizado como gabarito para posicionar as travessas.
Com o suporte posicionado no tampo, as travessas foram encostadas de cada lado e fixas com tres parafusos cada. O parafuso do meio, furado e posicionado normalmente, com um pouco de cola na travessa para ajudar sua fixacao central. Nas extremidades, os furos para os parafusos foram abertos com um rasgo e a fixacao foi sem cola, para permitir a madeira do tampo possa 'trabalhar' livremente com as variacoes de umidade. Os parafusos foram ocultos com tampas da mesma madeira.
Apos isso, as malditas lixas!
E entao tupia no bordo com uma fresa de arredondamento. Agua para arrepiar as fibras, outra lixada, e entao veneno para cupins.
Apos bem lixada, a parte de baixo do tampo foi envenenada com Jimo Cupim |
Isso feito, o suporte foi colocado entre as travessas e fixo a elas com dois parafusos de cada lado, depois tambem ocultos por tampas da mesma madeira.
Amanha, outra demao de cera e polimento, e aguardar a chegada do meu filho para poder virar a mesa e trabalhar no topo do tampo — que o peso da coisa nao se recomenda para velho lidar sozinho, hehehe...
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sábado, 11 de fevereiro de 2012
Retomando
Com o usual elenco coadjuvante de imprevisoes, complicacoes e inesperados, mas por uma vez com menos incomodacoes do que eu imaginara, a troca das telhas aqui da casa chegou ao fim. Na minha ilusao, achei que conseguiria misturar um pouco de marcenaria na funcao toda das telhas e ripas. Por varias e consideraveis razoes, de jeito nenhum.
Mas hoje entao, aparado o grosso das arestas que inevitavelmente sobraram das obras no telhado, consegui voltar `a lica com madeiras, retomar a construcao do tampo para a mesa...
Para inicio de conversa, ja tendo deixado as pranchas de cedro-rosa cortadas em um comprimento um pouco mais longo do que desejado, inevitavel comecar por tomar as pranchas brutas como a da imagem ao lado (como sempre, clicando a imagem abre-se uma janela para imagens com maior resolucao) e dar-lhes um primeiro aparelhamento, corrigindo os desvios e empenamentos ate conseguir tabuas relativamente bem planas, com os lados longos retos. A intencao, nessa fase, nao e' alcancar as medidas ou os acabamentos finais, apenas uma conformacao bem aproximada, com folgas de alguns milimetros, e deixar as tabuas 'repousando' por um dia. Essas folgas e esse tempo, para permitir eventual correcao de distorcoes que ainda possam surgir em funcao dos lenhos virem a 'trabalhar' mais alguma coisa, nessas proximas 24 horas.
Semi-acabadas, ao final dessa fase, ficaram assim:
Teoricamente, esse e' um trabalho bem simples. Passar as pranchas nas plainas, e boa...
So que, como usual, a teoria na pratica e' outra coisa.
As pranchas sao longas ao redor de 190cm, e nao e' exatamente confortavel passa-las na desempenadeira, principalmente porque o abaulamento necessita um posicionamento seletivo nos primeiros desbastes para corrigi-lo e, mesmo cedro-rosa sendo uma madeira relativamente leve, manipular indo e voltando essas pranchas sobre a mesa da desempenadeira com alguma precisao acaba ensopando a camisa, se voces me entendem.
Aplainada uma face (a concava), e' hora de apoiar essa face na guia da desempenadeira e plainar um dos lados em esquadro e, entao, usar esse lado contra a guia da serra de mesa e cortar o outro lado paralelo. Entao, levar a prancha para a desengrossadeira e plainar o outro lado.
So que, naturalmente, a desengrossadeira e' uma Makita 2012NB e, embora ela ate consiga dar conta do recado, nao foi primariamente projetada para lidar com pranchas tao longas e pesadas. Assim, a cada passada e' preciso cuidadosamente apoiar as pranchas tanto na entrada como na saida da plaina — o que significa que, na saida, fica-se no lado para onde a maquina joga a maravalha. Camisa e corpo molhados, voces podem imaginar o "croquete" que resulta, hehe. E se poeira de cedro-rosa tem um cheiro maravilhoso, tem gosto amargo como fel.
E, vejam bem, quando se fala em producao de maravalha ao aparelhar pranchas grandes, estamos falando de quantidades realmente consideraveis:
De fato, para aparelhar as quatro pranchas ate o semi-acabamento projetado, gerou-se ao redor de 100 litros de maravalha entre as duas plainas...
Mas ao fim e ao cabo tudo esta bem quando acaba bem. E ate amanha pelo menos, as pranchas ficam como se ve na imagem abaixo, apoiadas sobre tocos para permitir boa ventilacao. E, claro, encimadas pelo saco de 100 litros repleto de maravalha para testemunhar que o facil nem sempre e' assim tao facil, hehe...
Mas hoje entao, aparado o grosso das arestas que inevitavelmente sobraram das obras no telhado, consegui voltar `a lica com madeiras, retomar a construcao do tampo para a mesa...
Para inicio de conversa, ja tendo deixado as pranchas de cedro-rosa cortadas em um comprimento um pouco mais longo do que desejado, inevitavel comecar por tomar as pranchas brutas como a da imagem ao lado (como sempre, clicando a imagem abre-se uma janela para imagens com maior resolucao) e dar-lhes um primeiro aparelhamento, corrigindo os desvios e empenamentos ate conseguir tabuas relativamente bem planas, com os lados longos retos. A intencao, nessa fase, nao e' alcancar as medidas ou os acabamentos finais, apenas uma conformacao bem aproximada, com folgas de alguns milimetros, e deixar as tabuas 'repousando' por um dia. Essas folgas e esse tempo, para permitir eventual correcao de distorcoes que ainda possam surgir em funcao dos lenhos virem a 'trabalhar' mais alguma coisa, nessas proximas 24 horas.
Semi-acabadas, ao final dessa fase, ficaram assim:
Facil perceber que o acabamento nao e' final... |
Teoricamente, esse e' um trabalho bem simples. Passar as pranchas nas plainas, e boa...
So que, como usual, a teoria na pratica e' outra coisa.
As pranchas sao longas ao redor de 190cm, e nao e' exatamente confortavel passa-las na desempenadeira, principalmente porque o abaulamento necessita um posicionamento seletivo nos primeiros desbastes para corrigi-lo e, mesmo cedro-rosa sendo uma madeira relativamente leve, manipular indo e voltando essas pranchas sobre a mesa da desempenadeira com alguma precisao acaba ensopando a camisa, se voces me entendem.
Aplainada uma face (a concava), e' hora de apoiar essa face na guia da desempenadeira e plainar um dos lados em esquadro e, entao, usar esse lado contra a guia da serra de mesa e cortar o outro lado paralelo. Entao, levar a prancha para a desengrossadeira e plainar o outro lado.
So que, naturalmente, a desengrossadeira e' uma Makita 2012NB e, embora ela ate consiga dar conta do recado, nao foi primariamente projetada para lidar com pranchas tao longas e pesadas. Assim, a cada passada e' preciso cuidadosamente apoiar as pranchas tanto na entrada como na saida da plaina — o que significa que, na saida, fica-se no lado para onde a maquina joga a maravalha. Camisa e corpo molhados, voces podem imaginar o "croquete" que resulta, hehe. E se poeira de cedro-rosa tem um cheiro maravilhoso, tem gosto amargo como fel.
E, vejam bem, quando se fala em producao de maravalha ao aparelhar pranchas grandes, estamos falando de quantidades realmente consideraveis:
De fato, para aparelhar as quatro pranchas ate o semi-acabamento projetado, gerou-se ao redor de 100 litros de maravalha entre as duas plainas...
Mas ao fim e ao cabo tudo esta bem quando acaba bem. E ate amanha pelo menos, as pranchas ficam como se ve na imagem abaixo, apoiadas sobre tocos para permitir boa ventilacao. E, claro, encimadas pelo saco de 100 litros repleto de maravalha para testemunhar que o facil nem sempre e' assim tao facil, hehe...
sábado, 4 de fevereiro de 2012
Marcando passo
Enquanto o implicantissimo Pedro aparenta estar conjurando chuvas amazonicas para 'facilitar' minha intencao de ter mudadas todas as telhas do meu telhado a partir de amanha (uma longa historia que nem vem ao caso), faltando nao mais que uma demao de cera para completar o acabamento a base da mesa fica aguardando o tampo, cujas pranchas — a menos que haja interferencia externa, hehe — igualmente pretendo iniciar a aparelhar amanha...
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
`A beira do abismo
A modelagem da base da mesa foi concluida, buscando como objetivo fundamental quebrar na medida das possibilidades linhas e angulos retos, tentando uma fluencia de linhas. Mas coisa leve, sem exageros e, claro, sem atentar contra a integridade estrutural do projeto. Estruturalmente, alias, a base resultou absolutamente rigida, sugerindo que sera mais facil quebra-la do que afrouxa-la, hehe...
Agora... e' inescapavel!
Chegou o momento — AARGH! — das lixas, a maldita preparacao para o acabamento, a hora que sempre acabo me perguntando "mas por que diabos eu havia de ter optado por esse maldito hobby?"
(Alias, chegando nesse ponto, fiquei com uma pulga atras da orelha pensando em uma declaracao do inspirador dessas pecas. Em um video, Sam Maloof afirma a certa altura que, embora cobrasse bem mais por uma mesa do que por uma cadeira, na verdade levava mais tempo para construir uma cadeira do que uma mesa. Sinceramente, a unica explicacao que encontro e' que, muito simplesmente, Mr. Maloof nao se envolvia com as lixas, hehehe...)
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Agora... e' inescapavel!
Chegou o momento — AARGH! — das lixas, a maldita preparacao para o acabamento, a hora que sempre acabo me perguntando "mas por que diabos eu havia de ter optado por esse maldito hobby?"
(Alias, chegando nesse ponto, fiquei com uma pulga atras da orelha pensando em uma declaracao do inspirador dessas pecas. Em um video, Sam Maloof afirma a certa altura que, embora cobrasse bem mais por uma mesa do que por uma cadeira, na verdade levava mais tempo para construir uma cadeira do que uma mesa. Sinceramente, a unica explicacao que encontro e' que, muito simplesmente, Mr. Maloof nao se envolvia com as lixas, hehehe...)
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