quinta-feira, 4 de junho de 2015

Afinando o barrilete

Devo iniciar confessando um erro: alicercado fundamentalmente na minha ignorancia, claro, e vendo em um video Mr. Roy Underhill afirmar que em frances holdfast se chama valet, adotei chamar a ferramenta como valete, em portugues.

No entanto encontrei referencia e confirmei nos dicionarios, em portugues o objeto se chama mesmo e' barrilete. Mil perdoes!

-- ooOoo --

Mas o que eu queria contar e' finalmente consegui quem me trouxesse dA Matriz um par de barriletes da Gramercy que ha tempos eu cobicava mas nao ousava importar porque o frete ficava mais caro do que as ferramentas (pois e', ferro pesa, hehehe).

Tendo recebido os novos brinquedinhos e agradecido profusamente ao benemerito portador, fui obviamente para a bancada testar o desempenho do negocio. Enfiei a geringonca em um dos furos de 3/4" e com uma pancada do malho tentei fixar um naco velho de madeira...

Dois problemas!

O primeiro problema e' que, mesmo o malho nao sendo dos mais pesados e a pancada nao sendo das mais fortes, a pressao se transmite toda bem para a ponta do barrilete e marca, fundo, a madeira — como imagino se possa ver ahi na imagem `a esquerda (como sempre, clique para ampliar).

O outro problema e' que o prendedor nao prendia.
Mesmo com pancadas mais fortes (e, claro, marcas mais fundas na madeira), a ferramenta nao se fixava suficientemente.

A verdade e' que eu ja esperava ambos os problemas, tendo lido referencias a eles em varias fontes disponiveis na Teia. E, claro, ja sabia como soluciona-los. (Sim, sim: viva, mil vezes viva a Intenet!)


A solucao para o primeiro problema e' colocar alguma coisa entre o barrilete e a madeira a ser fixada que proteja esta daquele (que lingua, a nossa!).



No meu caso, optei por colar com epoxi na ponta do novo brinquedo um pedaco de borracha macia — mais especificamente um retalho de sola de sandalia Havaiana, hehe.

Funcionou perfeitamente.
Primeiro problema... Resolvido.


O segundo problema, a ferramenta ficar solta ao inves de se travar no furo, devia-se ao tampo da minha bancada ser muito grosso e, por isso, nao haver espaco no furo para o acavalamento. A solucao, reduzir a espessura do tampo ampliando o diametro do fundo do furo.

Acessar o fundo do furo, no outro lado do tampo da bancada, foi um pouco trabalhoso. Nao querendo aborrecer meus sete fieis leitores com relatos de incontaveis detalhes tediosos, resumo a coisa contando que os furos — coincidentemente tambem sete — foram alargados em funil com goiva e malho, lima circular em furadeira manual, e grosa, e o tampo movido e operado com auxilio de um guincho, como mostram as fotos:

O tampo da bancada foi erguido dos pes e girado com ajuda do guincho

`A esquerda do tampo, os tres primeiros furos alargados

Todos os sete furos alargados e envenenados com cupinicida

O tampo voltando a seu lugar sobre os pes

E com os furos alargados o segundo problema estava resolvido, e os barriletes passaram a sujeitar as pecas com toda a firmeza e sem deixar quaisquer marcas nas madeiras.



Plim, plim!  Final feliz, hehehe...

7 comentários:

  1. Olá Paulo, boa tarde .
    Permita que me apresente .
    Me chamo César Prado e resido no Japão .
    Estou preparando o retorno ao Brasil , após dez anos aqui . Pretendo futuramente “mexer” com madeiras, apenas como hobby.
    E foi pesquisando modelos e preços de tupias , que te encontrei , fiquei seu fã , rsrs
    Gostei de como escreve e explica sobre o hobby . Tenho certeza de que beberei muito nessa fonte . César Prado .

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ola, Cesar!

      Fico contente tenhas encontrado interesse nas malbatucadas linhas aqui desse batcanal, hehe. No mais, votos sobrevivas incolume ao baque de retornar a pindorama apos uma decada de sol nascente e, aqui e no forum Madeira!, permaneco sempre `a disposicao no que possa ser de servico.

      Excluir
    2. Bom dia, Paulo!

      Parabéns pela aquisição e pela determinação! Saiba que, se até agora você tinha 7 leitores, agora tem 8. Tenho aprendido muitas coisas interessantes navegando pelo seu blogue.

      Abraço!

      Alan Leal

      Excluir
  2. Ferramenta muito utíl, e agora no Brasil, rsrsrsrsr, da uma olhada no xilófilos, as que eu postei.

    ResponderExcluir
  3. Paulo, neste feriado finalmente fiz um furo na bancada para o barrilete(eita, eu já estava com o valete na cabeça). Ele não prendia como na bancada para serrar que tem o tampo bem menos espesso. No meu caso apliquei a dica do fabricante de passar uma folha de lixa no tarugo. Resolveu. Não me lembro ao certo o limite recomendado pelo fabricante quanto a espessura, mas creio que eu estava no limite mesmo e com esperanças portante de não precisar alargar o furo embaixo da bancada.

    Quanto ao protetor tenho utilizado um pequeno pedaço de tapete de yoga.
    Por ora ao menos tem atendido. Gostei da ideia do solado.

    []s
    Cosme

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Lixar circularmente sempre ajuda, Cosme — e e' bom para remover a, por aqui, inevitavel ferrugem, ja que nao se pode proteger os barriletes nem com cera nem com oleos.

      Optei pela borracha macia por achar, e com o uso confirmar, que a elasticidade do protetor facilita a pega do barrilete. Usualmente nao preciso malhar o dito para fixar a peca; basta uma pancada com a mao mesmo.

      Excluir