quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Um rico butim

Uns passeios pelos arredores do portinho incluiram — alem de algumas mangas d'agua inesperadas e inconvenientes, que o velho Pedro nao admite ser esquecido — umas visitas a algumas madeireiras e, como resultado, acabei trazendo para casa oito taboas, todas com ~4cm de espessura, que considerei bem interessantes...





















Na imagem ao lado, as setas vermelhas apontam para pranchas de muracatiara, incluindo brancal e as marcas da casca, em um lado de uma delas e em ambos os lados da outra.

As setas verdes apontam para duas pranchas de imbuia, a mais de baixo mostrando uma rachadura, rachadura esta que se estendia por quase a metade de seu comprimento.
Na imagem acima, a bola verde indica uma prancha de jequitiba, uma essencia que eu so conhecia de nome e por algumas imagens. Abaixo dela, uma outra prancha, essa de goiabao.  A bola vermelha esta sobre outra especie de madeira que eu desconhecia totalmente, um tal de marfim-rana, semelhante ao pau-marfim mas ainda mais claro, um pouco mais leve, menos denso.








Nesta imagem, a bola azul cobre a prancha de jequitiba, a laranja o marfim-rana, a seta verde aponta o goiabao e as duas bolas vermelhas estao sobre uma preciosa raridade: uma prancha de imbuia sem um defeitinho sequer e medindo assombrosos 112 por 69cm!! (Me contou o dono da madeireira ela tinha sido cortada nos antanhos para ser uma mesa — o porque dos cantos boleados — que nunca chegou a ser construida.
O passeio acabou se transfigurando em uma caca ao tesouro, e o butim para o meu gosto resultou riquissimo, hehe.

O unico senao era aquela grande rachadura na prancha de imbuia apontada na primeira foto. Senao que esta sendo tratado, com cola e grampos:


Obviamente nao adquiri essas madeiras contemplando alguma coisa especifica em que emprega-las, apenas nao quis perder a oportunidade que surgiu e, muito provavelmente, nunca acontecera outra vez.

A ideia basica por ora e' deixa-las entesouradas ate que o acaso inspire algo.

So, nao sei exatamente por que, mas fica essa sensacao que nao vai demorar muito, hehehe...


2 comentários:

  1. Olha que bacana, uma baita diversidade. Gosto bastante do Jequitibá. Consigo trabalhar bem com ferramentas desplugadas. Mais duro que Cedro porém mais macio que Peroba. Tem um tom claro se comparado as espécies que citei, o que é ótimo em termos de aplicação.
    Nossa, impressionante, 69cm!? Vejo que há diversão garantida a médio(?) prazo.
    Marfim-rana, hum, estou animado em ver a peça após o barbear, excelente.

    Vamos aproveitar as nossas férias :)
    Falando nisso hoje trabalhei no aparelhamento de uma segunda peça de Jequitibá com 200 x 25cm.

    Abração,
    Cosme

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    1. Nao ha como negar foram belos achados...

      E, ainda maior atrativo e' minha nenhuma experiencia em lidar com varias dessas essencias. Imbuia e maracatiara ja experimentei, mas jequitiba, goiabao e marfim-rana nunca — e todas e cada uma tem apelos interessantissimos.

      Quase acabei trazendo tambem uns cortes de guajuvira, com casca em ambos os lados; madeira ainda verde, tao verde que os liquens da casca ainda estavam vivos. Mas o preco nao era convidativo e madeira verde com brancal e' um magneto poderoso em atrair xilofagos. Achei melhor nao provocar a implicancia das divindades, hehe.

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