A principal razao que me levou a testar a microcera (mistura 3:1 de parafina microcristalina com cera de carnauba) foi, como ja mencionei, verificar seu desempenho quando aplicada como antioxidante em superficies metalicas. Isso, como tambem mencionado, inspirado nos resultados obtidos empregando a Renaissance Wax (RW) que proporciona excelentes resultados — mas e' importada e portanto cara.
Mais uma vez me repetindo, nao pretendo aborrecer ninguem com relatos minuciosos dos como e dos por que. Resumindo, o que fiz foi aplicar a microcera como protecao em tampos de maquinas feitos em ferro fundido cinzento e em ferramentas que tendem a facilmente oxidar (formoes e plainas manuais), submete-las a testes simulando condicoes de trabalho com variada severidade em induzir oxidacao, e tirar uma temperatura: Se vale a pena o seu uso, e entao como usar.
Evidentemente, resultados mais confiaveis poderiam ser obtidos com maior tempo de observacao e maior variedade de testes mas, meu criterio, o que pude ver nessa semana de testes e' suficiente para conclusoes satisfatorias. Indiscutivelmente, outras maos, outros lugares, outros metodos levarao a resultados diversos do que obtive mas, espero, no fundamental as conclusoes serao as mesmas...
Logo apos a aplicacao da microcera |
Nove dias depois, tudo igual fora a luz |
Na protecao de tampos de ferro fundido foi onde a microcera apresentou seu melhor desempenho.
Na minha 'oficina' exposta ao elemento, ao ar livre para todos os efeitos praticos, o tampo de minha lixadeira oscilante de rolo ficou totalmente exposto durante nove dias. Farta variacao de temperatura (5 a 29ºC), umidade raramente inferior a 90%, nao raro 100%; choveu em oito dos nove dias. A oxidacao foi ainda 'facilitada' por adicionar poeira de madeira sobre o tampo por varios dias.
Ao final dos nove dias, nenhuma diferenca, a protecao foi totalmente eficiente.
O tampo da minha serra de bancada nao e' mantido impecavel. Longe disso. Marcas, ocasionadas por inumeras razoes durantes os varios anos que esta em uso, causaram manchas e oxidacoes que so foram removidas parcialmente. A microcera foi aplicada apos uma limpeza um pouco mais profunda, incluindo mesmo aplicacao de lixas em alguns pontos.
O que eu considero um tampo de serra limpo |
O mesmo processo de testes, com intensidade algo menor, foi aplicado tambem `as mesas da minha desempenadeira. A cera resistiu a praticamente tudo, ajudando bem a lubrificar a passagem das madeiras. So nao resistiu `a salmoura: as marcas dos dedos enferrujaram. Foram removidas, umas com bombril, outras com lixa, e voltei a reaplicar a microcera. E voltei a sujar com salmoura. E voltou a enferrujar.
Suor — como se eu ja nao soubesse! — e' um problema serio....
O tampo da serra, `a esquerda logo apos a aplicacao da microcera, `a direita ao serem dados por encerrados os testes.
As manchas de ferrugem causadas pela salmoura ja tinham sido removidas.
As mesas da desempenadeira sofreram o mesmo, se menos intenso, regime de testes. Acima, `a direita, logo apos a aplicacao da microcera; `a esquerda, ao final dos testes.
Aplicada com bombril em uma demao cuidadosa, longa e repetidamente espalhada, e polida com bombril entre 15 a 45 minutos apos a aplicacao, a microcera demonstrou oferece uma protecao relativamente eficaz `a oxidacao, que permanece mesmo com uso relativamente intensivo das maquinas. No caso de surgirem pontos de oxidacao, como os causados pelo 'suor', e' limpar e reaplicar localmente.
Imagino em ambientes mais protegidos e com condicoes climatologicas mais amenas do que na minha 'oficina' aberta aos ventos, sera perfeitamente viavel uma reaplicacao geral da cera nao mais do que semestralmente, quica anualmente...
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A protecao contra oxidacao nas ferramentas manuais, como e' facil de entender, deixou a desejar: as maos suam. E na lida frequentemente suam muito.
Como pode ser visto neste velho formao 'baleado' que foi empregado nos testes, o suor e' mesmo um problema serio.
A base do formao, antes de receber a microcera, foi lixada da ponta ate a linha verde, na imagem `a esquerda, ate ficar livre de qualquer oxidacao. Essa area foi tocada com os dedos umidos com salmoura e quase em seguida seca. No outro dia a ferrugem era nitida; foi removida com WD40 e bombril, e a cera reaplicada. Como apontam as setas amarelas, ficaram nitidas 'cicatrizes'.
O bizel foi polido no estropo antes de receber a cera, ficando espelhado. Tocado com salmoura e seco, resultado tal como na base.
Como contaminacao com suor e' algo praticamente inevitavel na superficie das ferramentas manuais, protecao apenas com microcera sera insuficiente.
A RW parece conseguir o feito de proteger contra suor, mas ainda preciso testar mais ate ter certeza e poder confiar.
Cera nas plainas tem a vantagem adicional de lubrificar as solas, e pode-se frequentemente utilizar os formoes sem lhes tocar as laminas — entao a microcera ate que pode ter seus usos. Mas para protecao contra o suor, pelo menos por enquanto vou continuar jogando pelo seguro e usando o paninho com oleo, que esse sim e' infalivel.
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Essas sao minhas conclusoes finais.
Minha sugestao e': Discordem totalmente delas!
Considerem-nas integralmente equivocadas em premissa, metodos e analise, alem de pessimamente fundamentadas.
Comprem as ceras, preparem-nas e vao fazer seus proprios testes, chegar `as suas proprias conclusoes. E' barato, divertido e, coisa muito rara, tenho certeza. Certeza de que vai valer a pena.
Hmmmm, pois é, antes de mais nada na torcida por energia em testes com a RW nas ferramentas manuais.
ResponderExcluirO suor é o maior vilão por aqui. No verão é terrível, mas, segundo as minhas observações, a intensidade do uso é fator bem significativo. Prática contínua por horas, ou às vezes poucos minutos de desdobro, é aquecimento do motor na certa, e o corpo se vira com o seu mecanismo de arrefecimento. E o líquido acaba indo parar no ferro em algum momento, e não se percebe! Sim, quando se nota já é tarde.
A cera de carnaúba nas *minhas mãos* foi um desastre, enquanto o WD-40 uma salvação, mas há de se rezar o terço todo o santo dia. Confesso que somar os minutos (hm, às vezes demora mais, hehe) em um intervalo de dias é de assustar.
Se a RW, por acaso, consegue entregar mais eficiência que o óleo, creio fortemente valer o investimento se não for necessário aplicações demasiadamente regulares, mas digamos que com base nos testes da PortinhoLabs, estou duvidando deste possível desempenho.
Normalmente utilizo uma luva de alta sensibilidade ao usar as ferramentas manuais. Obviamente tira um pouco do contato com a peça e a própria ferramenta, mas, singularmente, suo mais que a maioria das pessoas, justamente nas mãos. Além do que, moro no litoral nordestino. Calor e umidade não faltam...
ResponderExcluirGostaria de elogiar o texto, o conteúdo e o humorado "rigor" das explanações. É sempre um prazer seu blog.
Grato pelo comentario, Andre.
ExcluirComo apontei na postagem imediatamente posterior a esta, fazer uma aplicacao de fosfatizante antes da aplicacao da microcera oferece uma protecao relativamente aceitavel contra o suor e, imagino, por tabela contra a maresia. Talvez valha experimentar?
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