quinta-feira, 31 de março de 2016
Primeiro companheiro - na parede
Feito com restos de pinho, cedro e pinus, o movel recebeu fundo fixado com parafusos, incluindo o sistema de encaixe em faca, ou encaixe frances.
A gaveta interna foi removida: muito atravancamento e, dado a altura do movel na parede, dificil de visualizar o interior. Os rasgos ja abertos foram preenchidos com laminazinhas de louro freijo.
Puxadores foram colocados nas gavetas e na porta, o acabamento recebeu uns retoques de cera e leve polimento e... o movel foi para a parede, cumprindo seu papel de fazer companhia ao balcao das cavilhas.
Hora de comecar a pensar no desenvolvimento do segundo companheiro...
terça-feira, 29 de março de 2016
Primeiro companheiro - gavetas
O primeiro companheiro ganhou as duas primeiras das tres gavetas projetadas — havera mais uma, no interior do movel. No processo acabei por alterar a 'cara' do movel; pareceu-me deixar as gavetas com frentes menores e algo recuadas em relacao `a porta deu ao movel um aspecto mais leve, mais esguio.
Mais uma vez deixar que o movel se desenvolva como que por si, sem um projeto antes ou durante a execucao, resulta em um consumo de tempo extremamente nao comercial...
Varios dias pensando, imaginando, fazendo algumas experimentacoes e eventualmente refazendo... E, tudo somado, umas poucas horas realmente com as maos na massa, lidando com a madeira.
E, nao surpreendentemente, por esse carater altamente experimental do design e da construcao, erros nao sao nada incomum a cada passo. E desenvolver metodos de conserta-los ou contorna-los quando ocorrem significa ainda mais demora, maior consumo de tempo.
Enfim, baixa, baixissima eficiencia.
Mas desconheco jeito mais divertido, hehehe.
Bueno, falta ainda fazer o fundo, a prateleira interna e os puxadores.
Muito provavelmente a proxima postagem sobre esse encantado primeiro companheiro sera com o dito cujo pronto.
Ou nao...
Mais uma vez deixar que o movel se desenvolva como que por si, sem um projeto antes ou durante a execucao, resulta em um consumo de tempo extremamente nao comercial...
Varios dias pensando, imaginando, fazendo algumas experimentacoes e eventualmente refazendo... E, tudo somado, umas poucas horas realmente com as maos na massa, lidando com a madeira.
E, nao surpreendentemente, por esse carater altamente experimental do design e da construcao, erros nao sao nada incomum a cada passo. E desenvolver metodos de conserta-los ou contorna-los quando ocorrem significa ainda mais demora, maior consumo de tempo.
Enfim, baixa, baixissima eficiencia.
Mas desconheco jeito mais divertido, hehehe.
Bueno, falta ainda fazer o fundo, a prateleira interna e os puxadores.
Muito provavelmente a proxima postagem sobre esse encantado primeiro companheiro sera com o dito cujo pronto.
Ou nao...
quarta-feira, 23 de março de 2016
Primeiro companheiro - a cara
Alterando a ordem usual das coisas, o passo seguinte que dei apos a conclusao da carcaca do Primeiro companheiro foi fazer a porta e as frentes das gavetas. Nao exatamente por teimosia, ou para ser contrario, nada disso. O fato e' que eu queria ver, com as madeiras que disponho, que cara eu poderia dar ao movel, compativel com a carcaca de imbuia.
Acabei utilizando uns restos de imbuia mesmo, misturando com outros restos, de jequitiba. Ficou um visual interessante, eu acho. Tambem alterando a rotina usual, nao querendo escurecer muito a imbuia para nao ocultar os belos detalhes de seus veios e variadas tonalidades, optei por aplicar o acabamento apenas com cera. Duas demaos, escovadas mas nao polidas. Por enquanto...
Mas e' claro que alguma coisa eu tinha que fazer ao contrario, hehe. Dai resolvi colocar a dobradica da porta, tipo piano, inteiramente exposta, ao inves de como e' usual, embutida e visivel apenas ao abrir-se a porta.
O visual do movel pronto, imagino, nao vai mudar muito do atual. Claro que falta todo o recheio e o fundo, mas isso nao vai ser visto normalmente. O unico que vai ser visto e ainda nao esta posto sao os puxadores para as gavetas e a porta. E, claro, alguma modificacao que as madeiras me possam sugerir mas que por ora nem imagino.
Como?...
Ah, sim. A porta abre para a direita.
Mais, quando houver...
Acabei utilizando uns restos de imbuia mesmo, misturando com outros restos, de jequitiba. Ficou um visual interessante, eu acho. Tambem alterando a rotina usual, nao querendo escurecer muito a imbuia para nao ocultar os belos detalhes de seus veios e variadas tonalidades, optei por aplicar o acabamento apenas com cera. Duas demaos, escovadas mas nao polidas. Por enquanto...
Mas e' claro que alguma coisa eu tinha que fazer ao contrario, hehe. Dai resolvi colocar a dobradica da porta, tipo piano, inteiramente exposta, ao inves de como e' usual, embutida e visivel apenas ao abrir-se a porta.
O visual do movel pronto, imagino, nao vai mudar muito do atual. Claro que falta todo o recheio e o fundo, mas isso nao vai ser visto normalmente. O unico que vai ser visto e ainda nao esta posto sao os puxadores para as gavetas e a porta. E, claro, alguma modificacao que as madeiras me possam sugerir mas que por ora nem imagino.
Como?...
Ah, sim. A porta abre para a direita.
Mais, quando houver...
terça-feira, 15 de março de 2016
Primeiro companheiro - a carcaca
Incluindo algumas ocorrencias desagradaveis — que relatei no forum Madeira! — dei por encerradas hoje as lides da construcao da carcaca do doravante denominado "primeiro companheiro", o primeiro de pretensamente tres moveis para fazer companhia ao balcao das cavilhas.
Nada de muito especial na construcao, exceto a madeira: as laterais, o topo e a base do movel sao de imbuia; as divisorias horizontais de pinho. A montagem foi feita empregando ensambladuras em cauda-de-andorinha e as divisorias encaixadas em rasgos abertos com dado blade. Mais por frescura do que propriamente por seguranca, os encaixes das divisorias receberam duas milicavilhas (palitos de dente) como reforco, hehe.
Antes da montagem as madeiras foram lixadas com lixadeira rotoorbital, G80 e G220 — sem maiores preocupacoes em remover todos os defeitos de superficie da imbuia: achei melhor deixar alguns defeitos aparentes do que transformar, mais do que o indispensavel, precioso lenho em poeira. A seguir as taboas de pinho foram envenenadas com Jimo Cupim® seguido, quando seco, de duas demaos de stain cor imbuia. Feita a colagem e acertados os encaixes com plainas e lixas, a imbuia igualmente recebeu veneno.
Concluidos todos os acertos e seco o veneno, duas demaos de cera no exterior, uma no interior.
E e' onde estamos...
segunda-feira, 7 de março de 2016
Um jeito de desdobrar
(Clique nas imagens para ve-las em maior resolucao.)
Com a conclusao do balcao (das cavilhas), hora de dar inicio aos trabalhos dos, mm, moveis de companhia. Como usual, nao tenho uma exata ideia do que vai sair, o que vai ser feito. Esses projetos recebem consideravel contribuicao das madeiras; o jeitao delas vai sugerindo formas, modos, jeitos e a coisa vai tomando forma meio que por conta propria, hehe.
A primeira coisa que fiquei sabendo quanto ao novo movel foram as dimensoes: aproximadamente 70x45x25cm. A segunda foi a madeira da carcaca: imbuia, a ser aparelhada a partir de uns restos de pranchas. Isso posto, a primeira constatacao foi seria necessario desdobrar as pranchas de 5cm de espessura. Para tanto resolvi empregar um jeito que, na minha assumidamente limitadissima experiencia, e' o que gera menores perdas ate obter-se as pranchas desdobradas e aparelhadas. E resolvi documentar o metodo...
Inicialmente as pranchas sao deixadas com quatro lados retos, empregando desempeno, serra circular de bancada e desengrosso.
Uma vez as pranchas aparelhadas, as laterais sao cortadas na serra de bancada utilizando um disco de kerf fino elevado `a maxima altura possivel. Sempre mantendo a mesma face em contato com a guia, a seguir cortam-se os topos, com o disco agora elevado apenas par de centimetros.
Se a largura da prancha for maior do que a permitida pela serra de fita, a fase seguinte e' feita com um serrote ryoba, cortando sempre ao redor da peca usando os kerfs ja cortados como guias. Se, como foi o caso, a peca cabe na serra de fita, a conclusao do corte e' feita la, `a mao livre, utilizando os kerfs abertos como guias.
Uma vez as pranchas desdobradas, como imagino se possa ver na imagem `a direita as superficies cortadas ficam algo irregulares, como e' o padrao da serra fita. A regularizacao e' entao feita empregando o desengrosso com pequenos incrementos, procurando perder-se o menos possivel da madeira no processo.
A ideia — principalmente em se tratando de imbuia, uma essencia notoriamente problematica para ser planeada — nao e' obter-se uma superficie pronta para acabamento mas simplesmente nivelar todas as irregularidades, ignorando eventuais "arrepios" derivados da gra revessa.
Assim mesmo, procurando perder-se o minimo possivel de madeira nos processos de aparelhamento, a perda em desdobres e' sempre consideravel. Como pode ser visto na imagem abaixo, no exemplo em pauta a perda, assinalada pela seta vermelha mostrando a diferenca em relacao a espessura das taboas originais nao desdobradas, ficou ao redor de 25%.
Existem certamente outras tecnicas de desdobrar pranchas possivelmente capazes de causar menores perdas. Ja tentei algumas — cortar apenas na serra fita e cortar apenas com serrote ryoba — mas embora certamente a perda para a lamina seja consideravelmente menor do que quando se utiliza a serra circular de bancada, nas minhas maos a superficie resultante ao final do corte apresenta tantas irregularidades que o desengrosso necessario para nivela-las acaba consumindo mais material do que este metodo com a serra de bancada. Mais treino e refino nos outros metodos talvez eventualmente possa trazer melhores resultados mas, pelo menos por enquanto, ao utilizar madeiras mais nobres eu prefiro fazer como relatei.
Uma vez feito o desdobre das pranchas, seu comprimento e' ajustado pelo corte em esquadro dos topos e entao afinado com o emprego de um shooting board.
As pranchas assim obtidas sao consideras como prontas para o proximo passo: as emendas. O acabamento final, com lixas, sera aplicado antes de efetuar-se as colagens das ensambladuras.
...
Como?
O que aconteceu com os 25% de material que acabou perdido?
Imagino as imagens ahi abaixo possam ser suficiente explicacao...
Confesso da uma certa dor ao jogar isso tudo fora. Certamente, o lixo mais perfumado que eu conheco...
Mas, ate que alguem invente um processo de reciclagem para madeiras nobres, fazer o que?
Com a conclusao do balcao (das cavilhas), hora de dar inicio aos trabalhos dos, mm, moveis de companhia. Como usual, nao tenho uma exata ideia do que vai sair, o que vai ser feito. Esses projetos recebem consideravel contribuicao das madeiras; o jeitao delas vai sugerindo formas, modos, jeitos e a coisa vai tomando forma meio que por conta propria, hehe.
A primeira coisa que fiquei sabendo quanto ao novo movel foram as dimensoes: aproximadamente 70x45x25cm. A segunda foi a madeira da carcaca: imbuia, a ser aparelhada a partir de uns restos de pranchas. Isso posto, a primeira constatacao foi seria necessario desdobrar as pranchas de 5cm de espessura. Para tanto resolvi empregar um jeito que, na minha assumidamente limitadissima experiencia, e' o que gera menores perdas ate obter-se as pranchas desdobradas e aparelhadas. E resolvi documentar o metodo...
Inicialmente as pranchas sao deixadas com quatro lados retos, empregando desempeno, serra circular de bancada e desengrosso.
Cortando as laterais |
Corte dos topos |
Se a largura da prancha for maior do que a permitida pela serra de fita, a fase seguinte e' feita com um serrote ryoba, cortando sempre ao redor da peca usando os kerfs ja cortados como guias. Se, como foi o caso, a peca cabe na serra de fita, a conclusao do corte e' feita la, `a mao livre, utilizando os kerfs abertos como guias.
Concluido o desdobre na serra fita |
Uma vez as pranchas desdobradas, como imagino se possa ver na imagem `a direita as superficies cortadas ficam algo irregulares, como e' o padrao da serra fita. A regularizacao e' entao feita empregando o desengrosso com pequenos incrementos, procurando perder-se o menos possivel da madeira no processo.
A ideia — principalmente em se tratando de imbuia, uma essencia notoriamente problematica para ser planeada — nao e' obter-se uma superficie pronta para acabamento mas simplesmente nivelar todas as irregularidades, ignorando eventuais "arrepios" derivados da gra revessa.
Assim mesmo, procurando perder-se o minimo possivel de madeira nos processos de aparelhamento, a perda em desdobres e' sempre consideravel. Como pode ser visto na imagem abaixo, no exemplo em pauta a perda, assinalada pela seta vermelha mostrando a diferenca em relacao a espessura das taboas originais nao desdobradas, ficou ao redor de 25%.
Existem certamente outras tecnicas de desdobrar pranchas possivelmente capazes de causar menores perdas. Ja tentei algumas — cortar apenas na serra fita e cortar apenas com serrote ryoba — mas embora certamente a perda para a lamina seja consideravelmente menor do que quando se utiliza a serra circular de bancada, nas minhas maos a superficie resultante ao final do corte apresenta tantas irregularidades que o desengrosso necessario para nivela-las acaba consumindo mais material do que este metodo com a serra de bancada. Mais treino e refino nos outros metodos talvez eventualmente possa trazer melhores resultados mas, pelo menos por enquanto, ao utilizar madeiras mais nobres eu prefiro fazer como relatei.
Afinando o angulo reto no shooting board |
As pranchas desdobradas e prontas |
As pranchas assim obtidas sao consideras como prontas para o proximo passo: as emendas. O acabamento final, com lixas, sera aplicado antes de efetuar-se as colagens das ensambladuras.
...
Como?
O que aconteceu com os 25% de material que acabou perdido?
Imagino as imagens ahi abaixo possam ser suficiente explicacao...
Confesso da uma certa dor ao jogar isso tudo fora. Certamente, o lixo mais perfumado que eu conheco...
Mas, ate que alguem invente um processo de reciclagem para madeiras nobres, fazer o que?
domingo, 6 de março de 2016
Balcao das cavilhas - a cereja
Por razoes socio-logistico-familiares, como se percebe a conclusao total do balcao das cavilhas acabou sofrendo consideravel demora. Mas enfim o movel foi posicionado no seu local definitivo e recebeu no tampo o complemento final: o resto da prancha de muiracatiara posicionado como uma guarda:
A guarda foi fixa empregando, na retaguarda, tres parafusos em angulo, a tecnica chamada pocket screws, e na frente um sarrafo da mesma muiracatiara fixado com pinos F de 50mm ao tampo e `a guarda.
Apliquei o que chamo meu acabamento padrao: duas demaos generosas de oleo de tungue seguidas de uma dezena de finas demaos de goma-laca e por fim duas demaos de cera (mistura em iguais quantidades por volume de parafina, cera de abelhas e de carnauba, em terebintina).
A guarda foi fixa empregando, na retaguarda, tres parafusos em angulo, a tecnica chamada pocket screws, e na frente um sarrafo da mesma muiracatiara fixado com pinos F de 50mm ao tampo e `a guarda.
Apliquei o que chamo meu acabamento padrao: duas demaos generosas de oleo de tungue seguidas de uma dezena de finas demaos de goma-laca e por fim duas demaos de cera (mistura em iguais quantidades por volume de parafina, cera de abelhas e de carnauba, em terebintina).
Agora, bolar companhia para o coitadinho, tao isolado ali no canto...
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