terça-feira, 19 de janeiro de 2016
Nao escapei
Um loongo tempo para fazer duas molduras com um simples encaixe em meia madeira, nao e' mesmo?...
Bom, uma boa parte do tempo eu gastei tentando me esquivar da armadilha que eu mesmo me armei. Como fazer a colocacao das laterais do balcao me pareceu obvio desde que terminei a base, mas fiquei tentando imaginar um jeito pratico e eficiente de evitar o obvio. Alguns metodos ate surgiram, mas na comparacao sempre saiam perdendo. Eventualmente desisti, e resolvi encarar.
Em tese, nao tenho nada contra utilizar cavilhas para emendas. Na pratica, e' algo que procuro evitar. Cavilhas demandam muita precisao, deixam pouca ou nenhuma margem de erro, e isso e' so o comeco da historia. Invariavelmente o processo em si e' bastante trabalhoso, muito, muito repetitivo. E terei dito que nao da para errar? Nem um errinho? Mas o fato inescapavel foi, para o meu parco entender pelo menos, cavilhas ofereciam a melhor solucao construtiva, por larga margem.
Muito provavelmente, vejo agora, o fato de estar lendo os livros de James Krenov, e ter dado bastante atencao aos seus comentarios sobre o uso de cavilhas, acabou influenciando o chamado subconsciente de meu rebelde separador de orelhas a armar essa arapuca. Bueno, se nao da para refugar a danca, entremos no baile.
Para aquecer as maquinas, fazer as cavilhas, a tecnica de fazer um sarrafinho oitavado passar por um furo. Depois, seguindo as orientacoes do mestre, afilar as pontas com um formao e girar, espremendo, apertando bem, as cavilhas prontas sob uma grosa para dar-lhes uma aspereza para melhor reter a cola.
Ahi, o cuidadoso, meticuloso, moroso processo de desenvolver um jig — porque sem jig simplesmente nao da para usar cavilhas. E entao testar. E errar. E corrigir. E testar. E err... Mas so porque eu fiquei macado, nao vou macar meus sete fieis leitores com o relato de meu tedio.
Eventualmente chegou a hora de aplicar a coisa na base e nas molduras — cujos encaixes em meia madeira eu, so de besta, resolvi reforcar com... cavilhas! E, claro, deu errado. Mas felizmente houve jeito de corrigir sem necessitar refazer tudo e eis que, de repente, tudo encaixou, tudo certinho e no esquadro.
Vitoria?
Mmm... Pode ser.
Mas de quem?
Seja como for essa engronha esta encerrada, a montagem seca foi um sucesso. Hora de desfazer tudo, guardar as cavilhas e pensar a continuacao do projeto.
Nao sei bem por que, com a incomoda sensacao nao vou conseguir ir muito longe sem voltar a preparar uns sarrafinhos oitavados.
Porque, sim, depois que cavilhas entram na danca ...
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A saia de casca rouba a cena com facilidade. Estou curioso para ver a evolução.
ResponderExcluirUsou os centralizadores de cavilha para a instalação?
A prancha de muiracatiara afinal foi quem desencadeou a coisa toda, mesmo...
ExcluirPara o posicionamento das cavilhas tive de usar um jig. Inspirado em James Krenov, alias em cujos livros a inspiracao primeira da construcao.
Eu fiquei contente até então com os tais centralizadores da Lee Valley, aqueles utilizados na construção da bancadinha para serrar. De todo o modo é sempre salivante conhecer alternativas. Se houver energia suficiente... Creio que uma postagem aqui e/ou no fórum seria interessante. Vejo que J. Krenov anda nos pensamentos e reflexões por uma boa temporada ao que tudo indica, hehe.
ExcluirA filosofia e os metodos ensinados por Mr. Krenov com certeza merecem estudo, na minha sempre desconsideravel opiniao. De certa maneira, esse movel e' um laboratorio onde aplicar esses estudos...
ExcluirO tipo de jig que ele demonstra no seu "The Fine Art of Cabinetmaking" funciona, e' verdade, mas e' um pouco trabalhoso de fazer, e bem trabalhoso para aplicar corretamente. Alem disso tem-se de fazer um novo para cada tamanho/tipo de emenda.
Como eu resolvi fazer esse balcao com uso intensivo de emendas com cavilhas, dei o braco a torcer (ou aproveitei o pretexto, hehe) e adquiri o modelo # 08350 da JessEm, muito preciso e muito mais pratico (https://www.youtube.com/watch?v=A3tE61O0zzk).