segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Mesinha nova para a cozinha - a base

(Clique nas imagens para ve-las em maior resolucao.)



A base da mesinha auxiliar para a cozinha esta colando, de pernas para o ar como pode ser visto ahi `a direita...


A construcao nao foi baseada em nenhum plano ou projeto; as pecas foram achando seu jeito e lugar na medida que a coisa ia progredindo. Nada realmente incomum na construcao, exceto talvez o fato de o tampo nao ser fixo `a base por nada mais que seu peso, ficando simplesmente apoiado, em baixo nas extremidades superiores das quatro pernas e, nos lados, na moldura. Baseado em uma ideia do Norm Abram, fiz os lados do tampo e os da moldura angulados, esperando que ao se dilatar, como dilatar-se inevitavelmente vai, o tampo ao inves de quebrar a moldura simplesmente se eleve um pouco.


Afora esse detalhe construtivo nao rotineiro houve ainda, para mim, algumas "primeira vez"...


As pernas da mesa foram feitos com barrotes de cedrinho que, decadas atras, eu usei como 'divisorias' na cacamba de uma camionete. O detalhe e' que so haviam tres barrotes, o que contornei emendando dois pedacos para fazer a quarta perna. Uma coisa que nunca tinha feito, empregando uma emenda que tampouco jamais havia executado.

Como a espessura do pinho (araucaria) que estava empregando pareceu-me pouca para estruturar com firmeza a saia que da suporte para a moldura e mantem posicionadas as pernas, 'dobrei' a espessura fazendo uma colagem de duas taboas empregando cola de contato. No par colado uma das taboas, mais longa, forneceu as espigas para as emendas.

As furas foram abertas `a mao, utilizando um arco de pua e uma broca Irwin Max® para remover o grosso da madeira e entao acertadas com formao. Uma marca de tinta na broca serviu para referenciar a devida profundidade...

A quarta perna mostra sua emenda

As taboas pareadas, coladas com cola de contato
Abrindo as furas com arco de pua

A marca de tinta aponta a profundidade desejada

Depois de ter aberto as tres primeiras, do total de oito furas, eu estava com o processo ja quase automatizado, me sentindo bem confortavel na execucao. Estava por iniciar a quarta quando as campainhas vivas — meus caes — alardearam uma visita no portao.

Conversa vai, conversa vem, minha amiga decidiu queria ver o que eu estava fazendo e, mais, queria ver-me fazendo o que eu estava fazendo. Tudo bem. Fomos para a 'oficina', dei uma rapida explicacao quanto ao que se tratava e recomecei a cortar as furas. Como disse, estava me sentindo confortavel, o processo seguindo quase sem pensar, a conversa correndo solta e nao interferindo em nada...

Estava iniciando a oitava caixa quando... me deu um frio na barriga! Miseravel! Desgracado! Infeliz! Filho d...

Com a distracao da conversa, constatei — idiota! energumeno! — eu havia marcado as quatro ultimas furas na posicao errada! Disfarcei, disse que a coisa estava chata, e fui conversar com a amiga noutras plagas.

Quando ela se foi, voltei para olhar o fruto da minha estupidez e a vontade foi... acender uma fogueira. Larguei tudo como estava e fui tomar umas cervejas para, mm, refrescar. Quando voltei, no outro dia, devidamente aconselhado pelo travesseiro resolvi corrigir a cagada aplicando a "manobra do gato": jogar areia em cima. So que ao inves de areia, po de serra; fiz uma massa com cola branca e po de serra e fechei os buracos. Maravilha! Quarenta e oito horas para secar a tapeacao, tempo para esfriar a cabeca, hehe. E, claro, para registrar a 'obra' para a posteridade:


Cumprida a 'penitencia', abri as caixas nas posicoes corretas, acertei as mechas e entao fiz, mais abaixo nas pernas, os encaixes para as travessas. E, com a tarde acabando, tendo testado tudo em montagem seca, era hora de iniciar a montagem da base...


Considerando o grande numero de encaixes a serem feitos simultaneamente e o razoavel numero de grampos a serem colocados uma vez feita a montagem, optei por empregar epoxi de cura lenta, pelos generosos noventa minutos de tempo de manipulacao que oferece. So que, quando fui olhar, estava em falta de epoxi de cura lenta. Tsc, tsc, tsc...

Mas nao, dessa vez nem esquentei. Deixei tudo como estava, um bom banho e fui jantar fora, so para me vingar, hehehe.

Hoje consegui a cola, fiz a montagem e acabei tomando aquela imagem la na abertura sem nem uma, mas nenhuminha, irritacao.

Faltam os penduricalhos, agora.

Vamos ver o que acontece...


5 comentários:

  1. "Manobra do gato", hahaha.
    Eu me identifiquei com a reação pós-cagada. Acontece.
    Aliás, uma bom exercício para a.... paz de espírito!? :)
    Bom, negócio é o seguinte. Eu por aqui ando me enrolando demais para a aquisição do arco de pua. Já chegou ao ponto de ter um projeto que está somente esperando o dito cujo: a bancadinha para serrar.
    Mas, a pergunta que não quero calar aqui é a seguinte:
    Pelo o que percebo você está usando um arco "nacional" da Irwin com uma broca redonda!! Wow! O que mais vejo por ai a fora é o pessoal reclamando que o seu arco francês de 90 dólares de três ou quatro castanhas não segura uma broca redonda, mas um Miller and Falls antes de 1942 o faz com o pé na bunda. Então, Paulo, é uma lenda para o seu Irwin com broca Irwin Blue Max o tal grip da broca redonda? :) (Estou aqui torcendo para um sim!!!)

    Obrigado e um abraço,
    Cosme

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    1. O fato de a gente saber que, inevitavelmente, erra - nao nos deixa menos, mm, 'comovidos' ao errar...

      Quanto ao arco de pua, Cosme, infelizmente nunca o empreguei com broca redonda (a Speedbor tem encaixe hexagonal de 1/4", como podes ver em http://www.irwin.com.br/uploads/products/large/brocas-max-1492.jpg). Como o mandril so tem duas castanhas com um entalhe, acho pouco provavel segure com firmeza uma broca redonda.

      Talvez mais facil do que conseguir um arco de pua capaz de sujeitar uma broca redonda seja encontrar uma broca do diametro que desejas com encaixe quadrado ou, muito mais comum, hexagonal. Tipo essas:
      http://www.harborfreight.com/media/catalog/product/cache/1/image/9df78eab33525d08d6e5fb8d27136e95/i/m/image_18340.jpg

      Ou usar uma furadeira, hehehe...

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    2. Obrigado Paulo.
      Quando vi a broca da Irwin não me atentei para o detalhe do encaixe, eu ao postar aqui imaginei um encaixe redondo. Arcos antigos de duas castanhas seguram brocas redondas, a questão é o êxito na escolha de um arco destes considerando-se que nada está passando na receita sem taxação(ao menos não para o meu endereço...), ou seja, adquirir algo com risco alto de estar sem as devidas condições não é animador para a minha pessoa.

      Esqueci de lhe perguntar: você gosta do arco da Irwin?

      Com relação a furadeira pra mim deixou de ser uma opção por diversos motivos. Bom, para não deixar de falar nada...
      Da última vez que tive que fazer furos de 10mm em Peroba Mica eu tive que pegar a minha furadeira com cabo e o barulho era horroroso. Lembro que fiz muitos furos porque queria abrir uma fura de 1 1/4 em quatro peças, a largura era considerável também. Enfim eu tô fora.

      Um abraço, obrigado pelos links e pelas idéias.
      Cosme

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    3. Nao tenho nenhuma queixa do arco da Irwin, Cosme, ainda que a catraca nao tenha durado muito. Mas como eu nao uso catraca mesmo...

      Quanto `as tuas broncas com ferramentas eletricas... Cada um, cada qual. Eu sou amplamente partidario do Jose Saramago quando disse: "Aprendi a não tentar convencer ninguém. O trabalho de convencer é uma falta de respeito, é uma tentativa de colonização do outro."

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    4. Beleza Paulo, obrigado pelo retorno.
      Tenho que sair da inércia e resolver logo esta questão do arco, estou para fazer isto a meses.
      Com relação as ferramentas elétricas, eu não diria que tenho bronca, somente não me identifico tanto com elas. Com relação a questão do convencimento, eu assino embaixo. Somente não gosto que se confunda discussão com convencimento. Gosto até de discutir sobre o assunto quando o mesmo é de valia para uso pessoal, porém tenho o sentimento de que por muitas vezes há a interpretação de que uma discussão sobre o tema é uma tentativa de convencimento... sinceramente não entendo isso... mas enfim.

      Um abraço e sigo acompanhando a obra ;)
      Ricardo

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