domingo, 23 de março de 2014

Ferramentólatra - acao

Como, digamos assim, um acabamento para minhas postagens anteriores relato que, tendo chegado as baterias para a nova serra e com a colocacao de umas esponjas para manter tudo no lugar, a confeccao da caixa ficou completa:


E aproveito para contar que o primeiro uso da serra na 'oficina' (foi testada antes na poda de alguns galhos no jardim, hehe) foi nobre: cortar uns vigotes 5x5 de eucalipto, primeiro passo na cofeccao de parafusos de madeira para minha morsa de dois parafusos.

Em pirimeiro plano a serrinha e o vigote; atras os mordentes da morsa de dois parafusos

Decidi trocar os parafusos da morsa porque os parafusos originais haviam sido feitos em cedro-rosa e, esta sendo uma madeira muito macia, o fio das roscas havia cedido com a pressao dos apertos inclusive, em algumas operacoes demandando um aperto mais firme, dando 'escape' e afrouxando o arroxo.

Optei por utilizar entao madeira de eucalipto, por ser bem mais dura do que o cedro-rosa (e por ter varios vigotes disponiveis, sobra do conserto do telhado da casa). Na foto `a esquerda e na maior, abaixo, ve-se `a esquerda na imagem os dois parafusos velhos, no centro o parafuso de prova, sacrificial, que foi usado para calibrar a profundidade do corte da rosca, com a seta verde apontando uns defeitos da madeira (motivo da escolha desse fragmento para o sacrificio) e, `a direita, os parafusos novos com a adicao de uns regalitos apontados pelas setas vermelhas: um parafuso de maquina colocado e colado com epoxi na extremidade de cada manipulo — para poder utilizar uma parafusadeira com um soquete quando desejado girar os parafusos com mais pressa, hehe — e um furo passante nos manipulos para permitir apertos mais fortes, utilizando por exemplo uma chave de parafuso, quando necessaria forca maior no aperto.



segunda-feira, 10 de março de 2014

Ferramentólatra - a caixa

(Como sempre, clicar nas imagens abre versoes com maior resolucao.)

Como mencionei na postagem anterior, julguei estava na obrigacao de construir uma caixa onde alojar na sua bandeja premoldada a serrinha sabre, o recem-chegado e mais recente icone do meu altar de ferramentolatria. Sim, certo: tenho varias ferramentas mais nobres, mais caras e mais delicadas guardadas sem qualquer embalagem. Mas... fazer o que? Jogar fora a bandeja? Nao, nao, nem pensar. Sacrilegio! Pecado mortalissimo, imperdoavel.

Fazer a caixa, inescapavel obrigacao. E ponto.

No primeiro momento pensei fazer a caixa com compensado. Mas qual a graca? O que poderia aprender? Optei entao por utilizar sobras de madeira macica: reciclar a sucata e' sempre uma boa obra e nessa lida sempre ha o que aprender ou, no minimo, treinar. Catando entre os restos, encontrei um retalho de cedro-mara suficiente para fazer base e tampa da caixa, e um sarrafo de cedro-rosa para as laterais. O detalhe e' que ambos os cedros para executar-se o, mm, projeto, precisariam ser desdobrados, cortados ao meio na espessura. Como a ideia era aprender e nao havia nenhuma pressa, resolvi executar algo que so havia visto em videos: desdobrar as pecas na mao, utilizando um serrote ryoba, japones. Usei um graminho para marcar uma linha de metade da espessura em todos os lados da chapa de cedro-mara, e pus maos `a obra...

Um belo — e prolongado! — suador foi o custo, mas cortando e girando a chapa, cortando e girando, cortando e girando eventualmente consegui criar duas placas mais finas da placa mais grossa. Mas como, regra, sempre acontece quando se faz algo pela primeira vez e sem instrucao por alguem com experiencia, cometi alguns erros e como imagino possa ser visto na imagem abaixo o resultado apresentou algumas... mm, digamos... imperfeicoes.


Ficou um buraco de um lado (o direito, na foto acima) e um correspondente calombo do outro. Tudo bem, aprendi. E da proxima vez — se houver uma proxima vez! — ja sei o que fazer para evitar.

De todo modo, hora de aparelhar e dimensionar as chapas para fazer base e tampa da caixa. E ja que estava no embalo de ferramentas manuais, toquei em frente utilizando plainas de mao, uma scrub plane cortando na transversal dos veios para rebaixar o grosso e depois uma jack plane (a da foto), primeiro cortando nas diagonais dos veios e entao a favor dos veios para aplainar e deixar paralelas as faces largas das placas.

Outro suador!

Suei tanto que julguei a unica atitude nobre cabivel naquele momento era pausar tudo imediatamente e partir para uma reidratacao aguda. Com auxilio de umas long necks. E uns salgadinhos para parar de perder liquidos, por supuesto...

No outro dia, recuperado, hidratado, descansado, voltei para desdobrar o sarrafo de cedro-rosa. No entanto, considerei que repetir o processo com serrote e plainas manuais seria uma repeticao desnecessaria, tediosa. Para variar, so para variar, para treinar outras tecnicas, desenvolver o aprendizado, e tudo, e tal, desdobrei o sarrafo foi na serra de mesa mesmo, aplainei no desengrosso em duas passadas e dimensionei na serra de esquadria. Um tapa, dois toques, quando vi estava feito. E praticamente sem nem uma gota de suor! So um monte de poeira no ar, no corpo, nas roupas, mascara, oculos e tapa-ouvidos...

Ahi com a madeira toda aparelhada e dimensionada foi so rotina: montar a caixa, o unico regalito a colocacao de encaixes em cauda-de-andorinha nas laterais, envenenar tudo com cupinicida depois das — argh! — lixas, acabamento com oleo de linhaca e cera, dobradica, alca e a cereja do bolo: colocar a bandeja.




Colocada a serra e as laminas na bandeja dentro da caixa, agora so ficaram faltando as baterias.

Que vida, essa de hobista... Ta sempre faltando alguma coisa, hehehe.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Ferramentólatra - a encomenda

Pois a encomenda que mencionei ter feito na postagem anterior chegou, faz pouco. Veio incompleta, infelizmente...

Ha alguns anos o transporte de baterias de litio tem sido problematico, especialmente por via aerea. A confusao, imagino eu, iniciou-se quando alguns Boeing 787 apresentaram incendios a bordo e descobriu-se o fogo iniciara-se por certas baterias dos circuitos da aeronave, de litio, haverem-se incendiado por motivos cuja especificidade desconheco, mas provavelmente por sobrecarga. O fato e' que a partir dai as baterias de litio passaram a ser consideradas cargas perigosas e seu transporte e' hoje estritamente regulado.

Localizacao das baterias (de litio) nos Boeing 787 Dream Liners

O resultado e' inumeras industrias que produzem equipamentos que utilizam essas baterias, buscando contornar as restricoes de transporte passaram a embalar tais produtos SEM as baterias. E' o caso de inumeras maquinas sem fio utilizadas em marcenaria.

E, infelizmente, foi o caso da minha encomenda.

Um brinquedinho que quando lancado ha par de anos no Primeiro Mundo eu imaginei me poderia ser util, muito util, e coloquei na lista de desejos. Claro, como e' potencialmente util, muito util, ainda nao foi lancado aqui em pindorama — provavelmente porque a administracao do fabricante mantem continuado conluio com o velho Pedro na pratica de irritante e interminavel implicancia, so pode ser.

Trata-se de uma pequenina serra reciprocante, ou serra sabre, sem fio, da Bosch. Denominada PS60 nA Matriz, e GSA 10.8LI  no resto do mundo.


A minha, essa ahi acima e nas demais fotos, veio dA Matriz em uma caixa de papelao contendo a maquina, duas laminas, uma para madeira e outra para metal, e uma bandeja onde tudo cabe bem direitinho. E sem as baterias e sem carregador, que isso e' vendido `a parte, e nao pode viajar de aviao.


Por acaso (e sorte) eu tenho outras ferramentas que utilizam essas baterias, de tal forma que enquanto tento equacionar alguma maneira de conseguir trazer-lhe um par de baterias, o brinquedinho absolutamente nao vai ficar sem uso.

E entao, ja que a L-Boxx, o estojo 'oficial' nao veio, naturalmente vou ter de me submeter `a terrivel trabalheira de confeccionar uma caixa, um estojo onde alojar a mais recente joia devidamente acomodada em sua bandeja. Mas.. fazer o que? A vida de hobista e' mesmo um trabalhao sem fim, hehehe...


E e' isso.

Quando houver, conto novidades.