quinta-feira, 16 de maio de 2013

O fio da navalha

Nao que eu procure pretextos para nao usar maquinas, antes pelo contrario! Adoro de paixao brincar com maquinas.

Mas na medida que comecei a usar mais frequentemente ferramentas manuais — como formoes, plainas, serras, etc. — fui constatando nao raras vezes optar por elas ao inves de utilizar ferramentas motorizadas significa fazer as coisas mais rapido (o tempo que se perde no setup das maquinas e' consideravel) e, surpreendentemente, com maior precisao.

Consequencia inescapavel desse progressivamente maior uso de ferramentas manuais e' constatar a necessidade de te-las sempre muito bem afiadas. E ahi, tal como o uso de ferramentas manuais em certos casos mostrou-se mais preciso, menos complicado, mais facil enfim do que empregar maquinas motorizadas, com a pratica de afiar acabei constatando que afiar `a mao livre e' em certos casos mais rapido e mais preciso do que utilizando jigs e/ou afiadores motorizados. E mesmo, `as vezes e' o unico jeito. Por exemplo:



Tendo recebido uma nova plaina, uma aparadora de bordos, e com preguica de armar o circo do afiador motorizadoTormek, resolvi testar se meu treino era suficiente para afiar a lamina so na mao. Foi o que fiz, utilizando pedras japonesas e entao as pastas diamantadas descritas na postagem anterior aqui no blog. O resultado ficou tao bom quanto o que obtenho utilizando o afiador.

Dai criei coragem e...
Mas permitam uma breve intermissao.


Ha alguns anos um amigo meu em visita a Toledo, na Espanha, lembrou-se de mim e me trouxe de lembranca esse estilete dobravel ahi da foto acima, a lamina feita, claro, com o justamente afamadissimo Aco de Toledo. Quando a lamina perdeu o fio, amolei com pedra porque nao ha como adapta-la consistentemente para afiar no Tormek; mas se recuperei o fio, o polimento da lamina foi para o espaco. Tentei usar sentadores, inclusive o do Tormek, mas o resultado ficou sempre muito, muito longe de satisfatorio.

Mas entao, ante o sucesso com a lamina da plaina, como disse criei coragem e resolvi ver o que conseguia fazer com o estilete. Sem motores, sem jigs, usando apenas as maos, as pedras e a pasta diamantada o resultado estetico foi esse ahi das fotos abaixo (clique nelas, para aumenta-las). O fio? O de sempre, o que se espera de Aco de Toledo. Sem exagero, mas sem exagero mesmo, ficou bom o bastante para – com certeza e sem duvidas porque eu testei — fazer a barba.

Tudo bem: admito que perfeito, perfeito nao ficou. (Ainda! hehehe...)

Mas as irregularidades e arranhoes que saltavam aos olhos agora so se nota reparando bem. E com mais treino, melhorando as tecnicas nas proximas afiacoes... Quem sabe?

De todo modo, mais do que exibicao de meus limitados dotes a intencao e' apontar, quando constato consigo fazer na mao o que simplesmente nao consigo fazer empregando acessorios, as surpresas, as mudancas de rumo com que o aprendizado premia aqui este curioso na sua lida com madeiras...

2 comentários:

  1. Bom...gostei, parabéns. Votos para as manuais!!!
    Luiz Motta

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  2. Espetáculo Paulo! Vou ver se testo essas pastas também. Obrigado e abraços!

    Lauro.

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