quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Reformando cadeiras — Comecos





Ha coisa de uns trinta anos atras eu comprei de uma contraparente um terno de moveis que incluiu uma mesa e seis cadeiras. Na ocasiao pude perceber que a manufatura deixava bastante a desejar em termos de qualidade, mas o design era suportavel, o preco era bem bom e a madeira, cedro rosa, melhor ainda.

Passaram-se alguns anos e, claro, a ma qualidade da construcao se manifestou. Mas uma tapeacao aqui, um remendo meiaboca ali, um estofado trocado acola, e fui levando...

So que agora, umas tres decadas depois, todas as cadeiras estao absolutamente desconjuntadas, todas se movem, todas as emendas tem folga. Inescapavel conserta-las. E embora o design nao seja exatamente horrivel visualmente, alem de matada a construcao e' estruturalmente pobre e, mais importante, o comodo das cadeiras deixa bastante a desejar. Assim, ao inves de renovar, reformar as cadeiras, pensei seria melhor aproveitar o que desse da estrutura e a partir dai criar um novo projeto, mais ressonante com meu gosto e, principalmente, mais confortavel de usar.



Com o que, pensei em utilizar uma das cadeiras para construir um prototipo. No pior cenario, tudo virando lenha para a lareira, restam asseguradas as outras cinco, para arrumar, ou trocar, ou tentar ainda uma outra coisa. Vai dai, peguei a visualmente mais danificada das seis e iniciei por remover o estofamento do assento.

Saindo o estofamento, revelaram-se as madeiras secundarias das travessas: cedrinho. De quinta! E, pior, revelou-se por que as emendas estavam frouxas. Os encaixes, em fura e espiga, tinham as furas cortadas no cedro e ate bem feitinhas; alias tao regulares e parelhas que me levaram a pensar tenha sido usada uma entalhadeira de corrente. Mas as espigas, no cedrinho... uma historia de terror. Irregulares, bem menores que as furas e com a ponta redonda, o que deve ter facilitado bastante a montagem para o chamado marceneiro que as construiu, mas com tal folga que nem toda a cola do mundo... Enfim. Mas ainda havia pior: provavelmente ja prevendo as chamadas emendas que havia engendrado nao resistiriam muito tempo, o lamentavel montador achou por bem fixar todas as emendas... atravessando-as com dois pregos!

Como NAO travar uma emenda em espiga e fura
Azar!

Do jeito que deu, procurando ao maximo danificar o minimo do cedro — o que foi algo facilitado por o cedrinho estar extremamente fragilizado por fungos e apodrecimentos em varios pontos — consegui afinal remover as quatro travessas do assento e, depois, a parte superior do encosto, encaixada com tarugo e igualmente travada com pregos.

Ao final da desconstrucao sobrou esse esqueleto:


Embora essas emendas em baixo estejam tao frouxas quanto estavam as de cima, pelo menos por enquanto nao quis desmonta-las para nao danificar a madeira. A ideia e', com o desenvolvimento do projeto, ver o que sera possivel, ou nao, aproveitar. E como...

O que pretendo mostrar a seguir, aqui neste batcanal, uma bathora dessas.

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