segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Tomando pe







Feitos os furos, questao de acertar o posicionamento e o comprimento das cavilhas, e partir para a montagem seca para acertar alinhamentos, corrigir desvios, essas coisas.

Os gabaritos que fiz funcionaram direitinho, mas como bestamente fiz o posicionamento deles a olho nas faces de encaixe, resultaram pequenas diferencas pra ca e para la. Nada assustador, por sorte, que nao possa ser corrigido com uma moldagenzinha, hehe, mas mais um ensinamento advindo de praticar a coisa: nao custa nada colocar umas marcas testemunhas nos gabaritos e nas faces para regularizar o posicionamento dos furos.

Na montagem seca, inclusive, pude constatar que em funcao da maneira como o peso se exercera sobre os pes havera uma tendencia de abrir a emenda na parte de baixo, justamente onde as cavilhas necessitam ser mais curtas em funcao da geometria. Por isso — ja que como se sabe Seguro morreu de velho abracado com a Dª. Prudencia, mas Desconfiado ainda esta vivo — resolvi adicionar uns parafusos ali para reforcar a emenda, como pode ser visto em foto mais abaixo.










E entao, hora de partir para a colagem.

Os topos nao envolveram maiores problemas, um grampo sendo suficiente para aplicar a pressao devida. Os pes no entanto foram um pouco mais complicado necessitando, alem da ajuda dos parafusos, de uma adaptacao com parafusos de mao para conseguir aplicar pressao no angulo desejado, como imagino se possa ver nas imagens.
Reparar os quatro parafusos colocados na parte de baixo da emenda para reforcar



Montados os pes, confeccionar o quadro e' banal. O unico detalhe talvez merecedor de comentarios e', como para dar leveza ao design eu optei por pes finos, com apenas 4cm de espessura, ao inves de utilizar os usuais encaixes de fura e espiga escolhi aplicar outra vez parafusos, para evitar um possivel enfraquecimento dos pes ao rasgar-lhes furas. Os parafusos foram posicionados nas traves horizontais, em cima e em baixo, ficando portanto para todos os efeitos invisiveis.


A seguir montar cantoneiras (as que estao ali sao retalhos, colocados apenas para ilustrar), tanto para anular os cantos vivos, como para maximizar a rigidez do sistema, talvez adicionar algum reforco estrutural onde possa parecer necessario. E partir para a modelagem...

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sábado, 28 de janeiro de 2012

Sabatina

Aproveitando a refrescada que os ares platinos trouxeram para o Continente fui desenvolver o projeto da mesa em estilo Sam Maloof. Trabalhinho miudinho, daqueles que pouco ou nada aparecem, mas que consomem tempo e exigem atencao nos passos para nao desandar tudo em abastecimento futuro para a lareira...

Com plaina de mao 'alisei' as superficies das emendas e com a plaina desempenadeira regularizei uma das faces de cada pilar e cada topo dos pes. Com as superficies das emendas bem planas e com angulos de referencia confiaveis, construi dois gabaritos para fazer os furos onde colocar cavilhas nas emendas. Feitos os furos, hora de fazer as cavilhas propriamente, utilizando uns restos de itauba para aumentar a resistencia das emendas.

Ficamos assim:



quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Aproveitando o embalo

Ja disse varias vezes que nao sou marceneiro, sou curioso.

Fosse marceneiro, aproveitaria as lembrancas da construcao do clone da cadeira de jantar do Sam Maloof ainda estao bem recentes e, como preciso mesmo de mais uma cadeira para a mesa de jantar, aproveitaria inclusive a maxima do mestre quando disse "Eu recomeco todo um novo ciclo a cada peca de mobiliario; assim cada peca que faco e' uma renovacao da minha vida" e trataria de fazer outra cadeira, igual mas melhorada. Como sou curioso, mais que querer sedimentar e apurar as tecnicas e taticas construtivas do movel, o que acabou me movendo foi aproveitar das informacoes que pude obter em minha pesquisa para construir a cadeira, e decidi partir para mais uma vez tentar emular o estilo do mestre, so que dessa vez construindo uma mesa.

Examinando um modelo aqui, outro ali, esse detalhe, aquele outro, uns rabiscos nuns papeis, ideias na cachola, e entao — inspirado nos metodos do trabalho anterior — comecei por criar uns modelos para os pes da mesa com auxilio do computador, e confeccionei os moldes. Moldes feitos, questao de riscar as pecas em uma prancha de cedro mara, cortar na serra fita e...

(Mmm... Aparentemente estou mesmo recomecando um novo ciclo, hehe. Mestre e' mestre; seguindo seus ensinamentos ate sem querer a gente acaba aprendendo.)

Mas sim, filosofias a parte, as coisas estao nesse pe:




Ja e' um comeco...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Exibido!

Limpinha, polida, so esperando um banho de sol.

So resta exibir, hehehe...



Feito!

Bueno, como eu devia ter imaginado, nao houve jeito de ir devagar com a coisa. Aquele furor de ver a coisa pronta foi maior, bem maior que a preguica e o desgosto com as lixas, hehehe...

Assim, depois de utilizar a lixadeira roto-orbital (BENDITO SEJA SEU INVENTOR!!) para os devidos acabamentos e arredondamentos com um disco G60, passei para G80 e entao para G120 para acabamento. Ahi, uma folha de G220 na mao (na mao!, ve se pode...) para os devidos alisamentos, um banho d'agua para arrepiar as fibras, novamente a G220 quando seco e entao envenenar a coisa toda com Jimo Cupim.

Seco o veneno, quatro demaos de goma-laca (sim, sim, maldicao: com lixamento leve com G220 entre as demaos, pdrgqp!) e enfim duas demaos de cera de carnauba. Ainda esta secando a cera...



A cor do cedro gaucho, recem lixado, ainda esta mais para o pigmento louro da goma-laca do que para o vermelho caracteristico do lenho. Mas o tempo, e os raios ultravioletas em alguns meses terao feito sua obra.

Ate entao, e' esperar secar, polir e por na sala!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Acabou-se o que era doce

Tudo bem, nao se discute gosto.

De todo modo, para mim o divertido, o doce na lide com a madeira e' praticamente tudo, menos o acabamento. E' inescapavel: detesto lixar, amargamente. E agora, nao tem escape...



Utilizando um arsenal variado de ferramentas manuais e eletricas conclui a modelagem "grossa" da cadeira. Fugi um pouco, nao muito, dos ditames do design original, em parte por conforto (a preguica, sim, por detras), em parte porque o modelo original e' construido em madeira dura, usualmente nogueira americana, e essa minha versao e' em cedro gaucho relativamente macio, o que significa que linhas nitidas teriam a tendencia, em tempo, com o uso, de sofrer marcas, 'machucaduras". Assim, tentando ao maximo manter uma semelhanca com o design original, procurei arredondar quase todas as linhas. Por enquanto, ficou assim:




Agora nao tem jeito: e' hora da lixa, do acabamento "fino".

Como essa e' uma atividade que certamente nao aprecio, vai ser devagar, bem devagar, devagarinho — como cantou o velho Martinho. Alem disso, a 'receita' original recomenda ir progredindo em granas cada vez mais finas ate G1000, para buscar um acabamento perfeito e 'espelhado'. Nem pensar! Nao so porque polir ate esse nivel mostra TODOS os defeitos (e eu sei bem que os ha, muitos, dificeis, muito trabalhosos de corrigir, mas faceis de 'acobertar', hehe), mas tambem porque cedro e' muito poroso para tal nivel de acabamento. Imagino que vou parar em G120, talvez ate G220 em algumas areas.

Vamos ver...

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Enfim a cola

Para que nao pensem que me esqueci da cadeira ou, pior, que me tenha esquecido de meus fieis leitores, mais uma atualizacao no estado do projeto da cadeira de assento baixo estilo Maloof.

Tendo completado toda a modelagem que se poderia beneficiar de ter as pecas avulsas, chegou o momento de partir para a modelagem com as pecas fixadas. Assim, parti para a fixacao definitiva, com colagem alem dos parafusos, de todas as pecas da cadeira — exceto por enquanto o encosto, para permitir um acesso mais facil `a modelagem dos componentes na juncao da perna traseira com o assento e com os bracos.

Enquanto aguardo as 24 horas para que a cola epoxi seque, as coisas ficaram assim:



quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Moldando os avulsos

Aproveitando a manha (porque `a tarde o Pedro liga o forno) dei inicio `a primeira fase da modelagem da cadeira. Iniciei pelas pecas que necessitam ou sao mais faceis de ser moldadas avulsas, desconectadas. A ideia sendo aproveitar para fazer um ataque "grosso" nas areas distantes das superficies de encaixe — que, por seguranca e medo do irremediavel, nas areas de encaixe e' melhor so lidar com as emendas firmemente posicionadas. O que significa modelagem grossa no assento, no encosto e nos bracos.

Produzindo com sempre assombrosas quantidades de poeira (como imagino se possa ver nas fotos abaixo, ampliaveis com um clique),

   

as primeiras (e fundas!) erosoes foram aplicadas nas pecas utilizando fundamentalmente discos flap de 7 e 4.5 polegadas montados em lixadeiras, alem de alguns recortes com serra fita...

Embora ainda certamente uma pequenissima fracao do total da moldagem necessaria para finalizar o movel, ja se tornou bem nitida a tendencia em direcao `a obra acabada, penso eu. Vejam voces...




Agora, quando refrescar, ir devagarinho atacando as outras areas com a cadeira em montagem seca, o que deve consumir um tempo bem mais prolongado, dado a necessaria delicadeza do "ataque".

Eu... estou-me divertido. Espero que voces tambem.

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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Montagem seca, afinal

Continuando a fase de construcao e adaptacao das pecas da cadeira, fiz cortes de modelagem nas pernas dianteiras e cortei e posicionei o encosto...


A seguir foi cortar, modelar e colar os bracos. Depois de secos ajustar as emendas com as pernas traseiras, furar os encaixes de tarugos para a juncao dos bracos com as pernas dianteiras e...

Com todas as pecas cortadas e ajustadas, chega-se `a primeira montagem seca da cadeira completa:



Vem agora a fase de modelar (ou esculpir) o movel, as pecas isoladamente primeiro, depois encaixadas, depois a montagem com cola e entao a moldagem fina final antes de iniciar-se o acabamento. Imensa quantidade de poeira sera produzida com certeza e a coisa, necessariamente tendo de ser feita com toda a calma, vai demorar umas semanas, imagino.

Espero nao cometer erros irreversiveis.
Vamos ver...

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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Indo pros finalmentes...

Utilizando o prototipo que construi como base de modelagem, fui desenvolvendo padroes para as pecas de uma cadeira de encosto baixo no estilo de Sam Maloof. Ahi, consegui umas raras pranchas de 6cm de cedro gaucho, e resolvi partir para construir uma dessas.


O primeiro dia para, seguindo mais ou menos os passos demonstrados na construcao do prototipo, com algumas modificacoes derivadas de adaptar as coisas a um melhor uso das minhas ferramentas, cortar e colar o assento.

No segundo dia, cortar os soquetes no assento ja colado (uma das tais modificacoes) utilizando apenas tupia, de mao e de mesa, para todos os cortes de encaixe (outra), e cortar e fazer os cortes de encaixe nas pernas da frente.

Hoje, cortar (na serra de fita), modelar e fazer os cortes de encaixe (tupia de mesa) nas pernas de tras. Ja foi possivel uma montagem seca basica, e pode-se ir tirando uma temperatura da coisa...



Amanha e no fim de semana nao vai dar para fazer nada. So ficar pensando, pensando, hehehe...

domingo, 1 de janeiro de 2012

Pausa para imaginar

O implicante Pedro decidiu inaugurar 2012 no portinho com uma versao so um tiquinho mais mansa — mas se menos intensa, bem mais prolongada — da chuvarada de ontem. Com a bravura dos descompromissados, estava ainda escuro quando retornei ao prototipo da cadeira...

Estando a colagem do braco bem seca, foi questao de fixa-lo em posicao com grampos rapidos, e tracar a segunda curva, a de cima para baixo:


Ahi, foi levar para a serra fita, recortar o braco, e testar para ver como ficou...
(Lembrando que, como sempre, clicar em uma imagem abrira uma versao com maior resolucao.)





E entao ta. Fundamentalmente, era isso.

Obviamente, para completar a cadeira faltam ainda a perna traseira e o braco do lado esquerdo, o apoio para as costas e, principalmente, moldar (ou esculpir como gostam os mais refinados) o movel. Mas isso sera para quando for fazer uma cadeira. O prototipo... para aqui.

A ideia era obter marcacoes e medidas para poder desenhar os moldes, os padroes dos quais poder cortar as pecas para a cadeira, com possibilidade de avaliar variacoes de design — e para isso o prototipo como esta e' perfeito.

O processo certamente foi altamente instrutivo em uma serie de etapas, o que representa uma enorme facilitacao para quando chegar o momento de tentar construir uma cadeira completa. Alem do que o prototipo ficara como base de testes, permanentemente disponivel para experimentacoes.

Um conservacionista tera certa razao em alegar desperdicio de materia-prima. De fato, para a construcao desses moldes a partir de nao mais que ideias e imagens, produziu-se consideravel quantidade de 'sucata':

Os restos





De duas pranchas de pinus de 5x30x275cm resultou, alem do prototipo propriamente, isso tudo que esta em cima da bancada, na foto ao lado, e um resto intocado de prancha com pouco mais de 2 metros.

Mas (infelizmente, e' verdade, mas quem ganha limao tem mais e' que fazer limonada, hehe)  pinus e' abundante e facilmente renovavel. E barato. As duas tabuas custaram pouco mais de R$50, o conjunto de moldes impressos mais barato que encontrei via Teia nA Matriz teria custado pouco mais de U$50, mais frete e talvez impostos.

Nao me pareceu um mau negocio e, como aprendizado, nao tem preco...



Agora, e' fazer as devidas correcoes aqui e ali, e fazer moldes para uma versao 'sentavel' da cadeira, em madeira boa. Possivelmente vou vir incomodar meus seis fieis leitores com relatos, hehehe...